Aposta vinícola
Adegas da região preparam vinho em conjunto

Os responsáveis das cinco cooperativas envolvidas entendem que para fazer face à concorrência do mercado será necessário avançar para a gestão comum das adegas da região, embora mantendo a identidade de cada uma.

NC / Urbi et Orbi

No próximo mês de Março vai surgir um vinho conjunto proveniente das adegas da região

Até Março um novo vinho deverá surgir na região, produzido pela União de Adegas Cooperativas da Beira Interior (UNACOBI), que resulta da colaboração entre cinco associadas. Pretende-se que o vinho, feito com uvas da vindima deste ano, provenha do cruzamento de castas das adegas da Covilhã e Figueira de Castelo Rodrigo. A do Fundão, Pinhel e Beira Serra (Vila Franca das Naves) são as restantes parceiras.
As castas síria, aragonês, touriga e nacional são o ponto de partida do novo néctar, que os responsáveis querem que tenha sucesso rapidamente, para que ajude a uma maior visibilidade dos vinhos da região. A trabalhar no projecto está já uma equipa de enólogos liderada por Virgílio Loureiro, docente no Instituto Superior de Agronomia.
O anúncio desta intenção foi feito na semana passada na Adega da Covilhã, quando o presidente desta cooperativa e também responsável pela UNICOBI, Bidarra Andrade, adiantou a criação de uma Central de Compras comum às cinco adegas associadas e alertou para a importância de concentrar as adegas, para garantir a competitividade no mercado.
A ideia não é fundir as cinco adegas. É manter a autonomia e as próprias marcas mas passar a ter uma gestão única, melhor conhecedora do mercado. A primeira etapa é a criação da Central de Compras comum, para fazer encomendas com maior poder negocial e melhorar o processo de identificação, selecção e avaliação dos fornecedores. Rolhas, garrafas, caixas e até gasóleo são alguns dos produtos que podem vir a ser adquiridos a partir de Janeiro.
Para uma fase posterior está prevista a criação de uma Central de Vendas que comercialize as 37 marcas das cinco cooperativas e que estude os mercados, as estratégias de marketing e promova os vinhos. Estas, segundo Bidarra Andrade, são apenas algumas das 14 medidas de modernização a implementar para fazer frente à liberalização do mercado do vinho.