Mário Raposo, vice-reitor da UBI, foi um dos oradores participantes nestas jornadas
Encontro transnacional
Promover a criação de empresas

O Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã recebeu o primeiro encontro transnacional cuja base de trabalho foi o empreendedorismo. A criação de empresas e as ajudas aos jovens promotores estiveram também em debate nesta iniciativa onde se pensou também nas futuras medidas que devem ser tomadas no apoio aos jovens empresários.


Por Eduardo Alves


Empreendedorismo foi a palavra mais ouvida no Parkurbis, na passada quinta-feira, dia 24 de Novembro. A data assinala o primeiro encontro transnacional sobre a “Promoção do Empreeendedorismo e Suporte à Criação de Empresas”.
Investigadores, docentes e jovens empresários marcaram presença no Parque Tecnológico da Covilhã para falar sobre as mais recentes novidades no mundo das novas empresas. O auditório principal do Parkurbis foi o palco escolhido para juntar participantes vindos um pouco de toda a Europa.
Esta nova temática foi abordada de diferentes perspectivas. O Centro de Apoio à Inovação e ao Empreendedorismo (CAIE), promotor desta acção, convidou várias entidades a falarem sobre as suas experiências nesta área. Papel que coube a Mário Raposo, vice-reitor da UBI e Aníbal Mendes, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Frei Heitor Pinto. As duas intervenções foram feitas com o intuito de caracterizar o público-alvo dos apoios ao empreeendedorismo, os jovens e recém-licenciados.
Foi esta a linha seguida por Mário Raposo que abriu os trabalhos dando uma visão do que hoje representa esta temática para as Universidades. O vice-reitor da UBI começou mesmo por sublinhar a importância deste primeiro evento realizado no Parkurbis, uma vez que “um parque de ciência e tecnologia não é apenas um edifício no sentido físico, é todo um conjunto de pessoas, de massa crítica que tem de se debruçar sobre estes temas”. A intervenção deste responsável serviu também para dar a conhecer aos parceiros internacionais, “a aposta da UBI na inovação e no empreendedorismo”. Conceitos que “são hoje essenciais a qualquer Universidade que se queira assumir no ensino”.
Para Mário Raposo, o empreendedorismo e a divulgação de toda a temática inerente a este “devem constituir prioridades de vários organismos”. Isto porque, uma das conclusões retiradas desta primeira iniciativa aponta para um maior desenvolvimento económico dos países que registam um forte índice de criação de empresas junto dos jovens e recém-licenciados. Para que tal aconteça “deve existir uma maior preocupação do Estado e dos responsáveis políticos para a divulgação e fomentação do espírito empreendedor, desde cedo”, refere Aníbal Mendes, da Escola Secundária Frei Heitor Pinto, um docente que lida com os jovens “desde cedo”, daí que se mostra algo céptico perante as actuais políticas educativas “que pouco imprimem nos jovens o espírito empreendedor”.
O dia de trabalhos foi também marcado por outras conclusões. Representantes da Universidade da Catalunha, do Governo das Astúrias e também da República Checa apresentaram conclusões sobre as políticas adoptadas nos diversos sectores da sociedade nos seus países. A criação de novas empresas, sobretudo de base tecnológica, “deve estar suportada por fortes incentivos do estado e das organizações próximas deste”, referem os representantes do Governo das Astúrias. Um ponto focado também pelo lado português. Durante a tarde foram apontados alguns casos práticos de empresas criadas com o apoio do Parkurbis. Consispro e Omnisys são dois projectos resultantes de projectos empreendedores criados neste Parque de Ciência e Tecnologia. Exemplos de como “mesmo num País burocrático se conseguem criar empresas de base tecnológica, com franco sucesso”, adiantam os responsáveis.



Políticas de maior incentivo

Na óptica dos participantes, os governos deviam ajudar mais os jovens empresários

Das principais conclusões avançadas nesta iniciativa da CAIE, “o maior apoio do Estado à criação de empresas”, encima a lista. A burocracia de um sistema “onde abrir uma empresa é uma dor de cabeça” deve ser revista. Mário Raposo reitera a ideia de “uma actuação mais capaz no sentido de estimular os jovens a constituírem as suas próprias empresas”.
Este docente universitário explica que a UBI tem levado muito a peito esta questão. Neste momento “funcionam já disciplinas, cursos de pós-graduação e mestrados no âmbito do empreendedorismo”. Acções que tendem a apelar “à criatividade dos jovens, constituindo uma cultura empreendedora nesta faixa etária”. Este tipo de políticas deve ser seguido também pelo Estado “em diferente áreas”, sublinham os responsáveis pelas jornadas.
Esta seminário foi organizado pelo CAIE e contou com a presença de parceiros internacionais como são os projectos “Ciudades del Acero, Um Espacio Empreendedor”, cuja coordenação está a cargo do Governo das Astúrias, o “E-Lab Empresa”, da Universidade Aberta da Catalunha e o “New Chance”, iniciativa a cargo das Associações Empresariais da República Checa. Promover a partilha de ideias e experiências na área do empreendedorismo, captar investimentos e criar projectos comuns são alguns dos pontos que servem de base a esta ligação.