A nova estrutura cultural da Guarda apresenta prejuízos graves no seu orçamento
Em dois meses
Teatro Municipal da Guarda
acumula dívida de 115 mil euros


A Culturguarda está a estudar algumas hipóteses para fazer face a um prejuízo que, até final do ano, pode ainda aumentar.


NC / Urbi et Orbi


Nos primeiros dois meses de funcionamento, o Teatro Municipal da Guarda (TMG), gerido pela sociedade municipal Culturguarda, acumulou 115 mil euros de prejuízo. O parecer foi adiantado pelo fiscal único, Vítor Simões, que acrescenta que a dívida alcançada em Maio e Junho se pode manter ou mesmo aumentar até final do ano, podendo vir a ultrapassar metade do capital social da empresa, que é de 250 mil euros. Se a situação se vier a confirmar, a assembleia-geral da Culturguarda poderá ter de aumentar o capital ou cobrir o prejuízo.
No orçamento que está já a ser elaborado para 2006, uma destas soluções deverá ficar contemplada. A injecção de alguma verba por parte da autarquia para fazer face ao prejuízo, a subvenção anual atribuída ao TMG, bem como a adopção de medidas para aumentar a rentabilização do café-concerto e o parque de estacionamento, são acções que estão a ser estudadas para que a dívida possa ser colmatada.
Em declarações ao Público, o presidente da edilidade, Joaquim Valente, salienta que “não podemos gastar muito mais do que aquilo que temos”, garantindo que embora “não possam ser contratualizados espectáculos mais caros, isso não fará com que a região fique privada de espectáculos”.
Já o social-democrata José Gomes, da oposição da autarquia, defende que deve ser alterado o modelo de gestão das empresas municipais, passando a ser geridas por “pessoas com formação empresarial e não por pessoas com obrigações políticas”.
A afluência de público, ao contrário dos resultados financeiros, tem sido um sucesso nos dois primeiros meses de actividade. O balanço, divulgado em Agosto pelo mesmo diário, apontava para uma média de 10 mil pessoas por mês. No entanto, o director artístico, Américo Rodrigues, frisa que “não cairia na tentação de festejar o claro sucesso", porque “ninguém avaliaria a performance de uma empresa pelos seus primeiros três meses de funcionamento”. O director artístico sublinha que “um ano é considerado por todos os especialistas como o tempo mínimo para que se obtenha uma primeira avaliação credível e fiável”.