Reviravolta na Câmara da Covilhã
Matias alega cansaço
para entregar todos os pelouros


Mudanças na autarquia covilhanense. Alçada Rosa suspende mandato, Joaquim Matias renuncia aos pelouros. O cansaço é, segundo este, a explicação para esta tomada de posição. Matias diz não divergências com Carlos Pinto.


NC / Urbi et Orbi

A autarquia da Covilhã começa o ano com grandes novidades no executivo

Alçada Rosa, número dois da Câmara Municipal da Covilhã, suspendeu o mandato de vereador por um ano. Este responsável é substituído por Luís Barreiros, o nome que se seguia no sexto lugar da lista social-democrata candidata às últimas autárquicas. “Vou ter que me ausentar muito durante os próximos tempos e não posso levar a cabo as tarefas”, diz Alçada Rosa, para justificar o seu abandono do executivo. O vice-presidente da autarquia covilhanense enviou por carta, ainda em Dezembro, o comunicado de suspensão imediata do mandato a Carlos Pinto.
Também Joaquim Matias entregou na última terça-feira, 3, uma carta ao presidente da Câmara da Covilhã, Carlos Pinto, onde renunciava aos pelouros que lhe foram atribuídos, embora pretenda continuar como vereador, mas não a tempo inteiro.
“Sinto-me cansado. Tinha 12 pelouros e mais 18 delegações de competências. Era humanamente impossível fazer um bom trabalho e não queria defraudar as expectativas de quem votou em nós”, justifica Joaquim Matias, que diz que Carlos Pinto entendeu e aceitou os motivos invocados.
Questionado sobre uma eventual solução passar por simplesmente reduzir o número de pelouros, o vereador, também presidente da concelhia do PSD, frisa que tem de cuidar de si e da sua saúde. Mas realça que embora não fique a tempo inteiro, quer continuar a dar o seu contributo ao trabalho do executivo, nas reuniões de câmara.
Joaquim Matias afasta a ideia de divergências com Carlos Pinto, rumor que circulou por altura das eleições. “Isso não tem fundo de verdade, senão não teria feito parte das listas”, salienta. E rejeita também a hipótese de estas alterações no executivo já estarem previamente acordadas, aquando da ida às urnas em Outubro.
Pedir a suspensão, garante, não é uma possibilidade, embora tenha ponderado fazê-lo. “Agora, não tendo uma ocupação diária de 15 horas, como tinha, posso dar o meu contributo”, acrescenta. Aposentado, Joaquim Matias não volta ao ensino, mas frisa que não é pessoa para estar parada e pretende encontrar uma ocupação. Dedicar-se ao associativismo pode vir a acontecer.
O vereador foi eleito em quarto lugar na lista social-democrata e assumiu 12 pelouros. Juventude e Seniores, Desporto, Associativismo, Segurança e Protecção Civil, Feiras, Mercados e Cemitérios, Defesa do Consumidor, Freguesias, Acção Social, Saúde e Educação.
Depois da saída de Alçada Rosa e do afastamento de Matias no executivo ficam Carlos Pinto, Vítor Marques, João Esgalhado e Luís Barreiros, que saltou de chefe de gabinete do presidente para ocupar o lugar de Alçada Rosa. Paulo Rosa, presidente do Grupo Desportivo da Mata e sétimo na lista às autárquicas, passa a chefe de gabinete.
Também no Partido Socialista se registaram mudanças. Na reunião de sexta-feira passada, 6 de Janeiro, e a primeira do ano, Armando Serra dos Reis, terceiro na lista do PS à câmara, ocupou o lugar de vereador da oposição deixado vago por Vítor Pereira que justificou a saída do executivo camarário com a presença na Assembleia da República, onde é deputado.