Os dois vereadores da oposição foram os únicos a prestar declarações aos jornalistas
Sessão de câmara
Parque Natural altera dimensão

Numa sessão privada onde os novos vereadores conheceram a sua estreia, Carlos Pinto, presidente da autarquia acabou por não falar aos jornalistas. As decisões tomadas na reunião foram transmitidas pela oposição.


Por Eduardo Alves


Foi a primeira reunião do executivo municipal no ano de 2006. Um encontro privado que teve como principal medida o estudo da proposta feita pelo Instituto de Conservação da Natureza (ICN) e que tem como principal medida a alteração aos limites do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE).
A proposta avançada pelos responsáveis pela conservação da natureza vai incidir, sobretudo, em duas freguesias do concelho da Covilhã. Para além de outros municípios situados “na corda da serra, a medida implica alteração nas freguesias de Unhais da Serra e do Sarzedo”, explicou Miguel Nascimento, vereador socialista na oposição do actual executivo camarário. Os dois vereadores socialistas, Nascimento e o estreante Armando Serra dos Reis acabaram mesmo por ser os únicos dois elementos a prestar declarações aos jornalistas.
No final da reunião, nem o presidente da autarquia, nem os vereadores da maioria social-democrata se mostraram disponíveis para falar à Comunicação Social. A fazer fé nas explicações prestadas pelos dois representantes socialistas, a questão do PNSE prende-se “com a alteração dos limites do parque”. Na freguesia de Unhais da Serra, “deixa de existir uma faixa ligada ao PNSE, na qual está prevista a construção dos balneários da estação termal”, enquanto que a freguesia do Sarzedo “passa a ser abrangida pela zona do PNSE”. Nascimento recordou que esta última alteração tem já o voto contrário da Assembleia e da Junta de Freguesia do Sarzedo. Estas alterações vão “de encontro às pretendidas pela Rede Natura 2000” , adianta Miguel Nascimento.
Armando Serra dos Reis, o vereador na oposição que agora se estreia no executivo camarário, em substituição de Victor Pereira, adianta que “o complicado da questão levou a que fosse marcada uma Assembleia Municipal extraordinária, apenas com este ponto”. A decisão tomada pelo município terá de ser transmitida ao ICN até 12 de Fevereiro.
Serra dos Reis aproveitou o momento para falar sobre as suas intervenções no executivo camarário. Segundo o antigo presidente da Junta de Freguesia de Cortes do Meio, “nem todas as obras que estão feitas no concelho têm a assinatura de Carlos Pinto”. Vai daí que, o agora vereador socialista esteja na câmara “para contribuir, de forma decisiva, para o melhoramento do concelho”. Recados que levaram a uma análise final. O tom de voz ficou mais fervoroso quando Serra dos Reis se referiu aos acontecimentos da última Assembleia Municipal. O socialista voltou a falar em “assassinato político” para classificar a criação de uma Comissão de Inquérito para analisar o processo de venda dos Baldios de Cortes do Meio. Serra dos Reis mostrou-se tranquilo e chegou mesmo a dizer que “são pessoas ligadas ao PSD que têm processos ilegais em terrenos e casas das Penhas da Sáude”.



Câmara compra 70 casas no Tortosendo

As 70 habitações ainda na posse da Somague vão agora ser adquiridas pela autarquia

O Instituto Nacional de Habitação (INH) já deu luz verde à proposta da autarquia serrana que prevê a compra de 70 fogos de habitação social no Bairro do Cabeço, no Tortosendo.
Uma medida justificada pela autarquia, em várias ocasiões, devido às carências do concelho a este nível. Recorde-se que depois de todas as polémicas em torno das 148 casas construídas pela Somague no Bairro do Cabeço, Tortosendo, a autarquia acabou por ficar com 78. As restantes 70 habitações estavam destinadas ao mercado imobiliário. A venda destas 70 habitações ficaria entregue à empresa promotora do empreendimento.
Contudo, as habitações acabaram por nunca ser vendidas. Perante este facto, a autarquia serrana propôs ao INH a compra destas habitações, de forma a ficarem sob alçada da câmara e servir as famílias que pedem habitação social.
A proposta foi agora aprovada e autarquia vai ficar com as 70 habitações. O processo foi explicado por Miguel Nascimento. O vereador socialista referiu ainda que mais detalhes sobre este e outros assuntos “devem ser pedidos aos representes da maioria na câmara”.