A autarquia fundanense conta agora com duas bibliotecas itinerantes
Fundão
Livros e Internet em todo o concelho

Já havia uma viatura que percorria as povoações concelhias, funcionando como Biblioteca. Agora, uma segunda carrinha vai levar, para além de livros, a possibilidade de aceder às novas tecnologias de informação.


Filipa Minhós
NC / Urbi et Orbi


Uma segunda viatura adaptada a Biblioteca Itinerante e Espaço Internet vai começar a funcionar em inícios do próximo mês de Fevereiro por todo o concelho do Fundão. Este projecto de itinerância ligado à área da leitura e da informática, desenvolvido pela Câmara Municipal fundanense em parceria com mais de 30 entidades, tem por objectivo fundamental proporcionar o contacto da população com as novas tecnologias de informação e comunicação, bem como a criação de hábitos de leitura na comunidade em geral. “Pretendemos que esta carrinha ambulante instigue à formação de círculos informáticos e que não funcione apenas como uma forma promocional para ganhar novos adeptos para a Biblioteca Municipal”, salienta Paulo Fernandes, vereador com o pelouro da Cultura.
Recorde-se que a Biblioteca Municipal Eugénio de Andrade abriu as portas ao público em Abril do ano passado e o seu “sucesso tem sido verdadeiramente extraordinário. Entre Maio e Dezembro últimos, a unidade registou três mil e 200 empréstimos domiciliários, sendo que só no mês de Agosto foram emprestados 485 livros. “Agosto costuma ser o mês mais morto, devido ao período de férias escolares. Todavia, neste mês do ano 2005 fizemos tantos empréstimos como durante um ano inteiro na antiga biblioteca”, realça o vereador. A Biblioteca possui mil e 200 utentes inscritos e cerca de cinco mil visitantes mensais, números que Paulo Fernandes considera “verdadeiramente extraordinários”, tendo em conta que o Fundão tem cerca de 10 mil habitantes.
Todavia, a autarquia não quis acabar o seu trabalho por aqui. Durante o ano que passou, pôs ao dispor da população do concelho uma viatura que fez serviço de itinerância, levando material documental e livros a todas as freguesias concelhias. Agora, o desafio torna-se mais arrojado. Surge uma nova carrinha, equipada com os três sistemas mais sofisticados de ligação à Internet, Satélite, Wireless e Redis, para que as 31 freguesias daquele concelho, num total de cerca de 30 mil habitantes, possam aceder às tecnologias da informação, contribuindo para a criação de um “concelho digital”.

Salas de leitura e espaços informáticos

O projecto funciona em estreita colaboração com as juntas de freguesia e associações locais e passa igualmente por ampliar o número de salas de leitura (actualmente existem sete) e de pequenos espaços informáticos nas localidades, onde as pessoas podem requisitar livros e material audiovisual. A prioridade de Paulo Fernandes, estabelecendo como meta um período de um ano, é constituir salas de leitura e espaços Internet em todas as povoações do concelho. Isto porque, onde existem salas de leitura, a variedade de livros é maior, uma vez que “terão renovação de 50 por livros em cada mês”. Além disso, nas zonas onde os espaços informáticos são inexistentes, a Internet pode não ser acessível, “já que o concelho tem muitas áreas ‘sombra'”, explica o vereador. Cada pessoa pode requisitar dois livros por mês.
Assim, já em Fevereiro próximo, os dois veículos ambulantes deverão deslocar-se “pelo menos uma vez por mês a cada localidade, sendo que serão marcadas datas fixas de visita para cada uma delas, no sentido de criar rotinas enraizadas nos habitantes”.
O projecto teve um custo total de 100 mil euros, gastos principalmente na aquisição e na adaptação das carrinhas. No entanto, a autarquia apenas vai ter de desembolsar 30 mil euros, fruto de apoios que estabeleceu com mais de três dezenas de entidades.
Para além das salas de leitura e espaços informáticos, a Câmara do Fundão pretende pôr em prática, no concelho, pelo menos três balcões do cidadão, para descentralização dos serviços municipais, de forma a estabelecer uma relação de proximidade das pessoas. “Este serviço permite que as pessoas paguem as suas contas e resolvam certos problemas relacionados com os serviços municipais sem terem de se deslocar à sede de concelho”, conclui Paulo Fernandes.