Lavado em lágrimas



de Rosa Coutinho Cabral

É uma das grandes estreias cinematográficas neste começo de ano. Rosa Coutinho Cabral deu vida a uma peça cinematográfica rodada em Lisboa. No centro deste drama de 106 minutos, as vivências de tantos cidadãos que vivem “à margem” da dita sociedade.
Num bairro degradado, João, um jornalista freelancer encontra mais uma história para o seu programa televisivo. Um velho criador de vendedor de pombos sobrevive como pode. À sua guarda, a neta Joana, por quem este jornalista vai começar a nutrir uma atenção especial.
Para que o enredo fique completo falta apresentar a personagem interpretada por Rogério Samora, um comprador de pombos que utiliza Joana e outro seu amigo para traficar droga e vender o corpo em negócios ilícitos.
A realizadora tenta dar a imagem de uma sociedade cada vez mais fundada em teorias consumistas e em que a condição humana é por vezes levada a ponto extremos. O jornalista vai tentar desmascarar toda a situação e encontrar um final feliz. O argumento não é novo, apresentado apenas algumas mudanças face a histórias similares. O filme vale sim, pela contextualização cuidada das cenas e pela performance dos actores.