Por Eduardo Alves



As novidades sobre os futuros serviços dos Correios foram dadas na UBI

No próximo semestre os serviços prestados pelos Correios de Portugal (CTT) vão ganhar um novo fôlego. Quem o diz é Marcos Vaz Batista, administrador desta entidade que veio à Covilhã falar sobre “Serviços Públicos – Orientação para o cliente precisa-se”. Uma palestra no âmbito do módulo de Marketing de Serviços da pós-graduação de Marketing Territorial.
Este responsável pelos serviços postais apresentou as linhas mestras daquela que vai ser uma das maiores revoluções tecnológicas no sector. A maior novidade, neste domínio, reside na Caixa Electrónica Postal Universal. Imagine-se uma caixa de correio normal, semelhante à que todas as residências possuem, mas que está alojada na Internet, mais propriamente, num serviço específico dos correios.
Neste momento, os serviços dos CTT estão já a criar 10 milhões de caixas de correio desta natureza. Uma vez “que este tipo de tecnologia está adjacente à identidade de cada cidadão”. Cada pessoa vai ter para o seu nome, uma Caixa Electrónica Postal Universal. Nesta poderá receber a correspondência que hoje lhe é enviada em suporte de papel.
A caixa vai ser personalizada à vontade de cada utilizador e todo o conteúdo que este receber tem carácter legal. O administrador dos CTT refere mesmo que “são os correios do futuro”. Esta medida que tem origem e está a ser pensada por um dos dois departamentos de Marketing da instituição “vai ser um dos contributos dos CTT para o plano tecnológico e também para o combate à info-exclusão”. As actuais estações dos correios vão disponibilizar meios humanos e técnicos para quem não tenha acesso à Internet a partir de suas casas. Desta forma “todas as pessoas vão poder usufruir deste serviço”. Outra das novidades desta caixa postal reside no facto de se poder arquivar a correspondência e também personalizar as cartas que quer receber, quando as quer receber e de que forma. Mesmo que o destinatário não responda ao seu correio através desta caixa electrónica, “os CTT vão depois enviar-lhe a sua correspondência em suporte de papel, pelos meios tradicionais”, explica Marcos Batista.
Esta novidade vai chegar dentro em breve e será suportada por uma forte campanha de informação e divulgação, adianta o responsável. Uma vez que esta medida está a ser implementada pelo sector do Marketing. Para além dos 10 milhões de cidadãos portugueses, vão também estar abrangidas por esta caixa, 450 mil empresas e 5 mil organismos públicos.




"A importância do Marketing Relacional"

Foi para uma plateia de alunos de uma pós-graduação em Marketing, na UBI, que Marcos Batista explicou a importância desta disciplina nas empresas. Segundo este gestor, “a eficiência e a decisão das medidas de marketing têm e podem repercutir um grande peso nas empresas”. As várias funções inerentes ao marketing foram sendo abordadas ao longo de toda a intervenção.
O marketing relacional, “um dos pontos de maior intervenção nos correios”, foi também aquele que levou mais tempo ao convidado da UBI. Segundo este, “a entrega física continua a ser muito importante”, dai que todos os funcionários dos Correios devem ter formação na área do contacto directo com o público.
Cada vez mais “a empresa vai estar a competir com outros serviços e com outras possibilidades”, refere Marcos Batista. Actualmente apenas os CTT podem entregar cartas até 20 gramas em território nacional. Em 2009, “com a abertura deste serviços aos privados, o panorama vai mudar”. Ainda assim, uma das defesas avançadas pelo Marketing interno dos CTT vai no sentido “de adiantar já serviços que os outros posam vir a oferecer”. O administrador lembra ainda que, “as pessoas confiam nos Correios” e esse sentimento “tem de ser mantido”.
Marcos Afonso Vaz Batista, administrador dos CTT, tem a seu cargo o Marketing e a Filatelia, para além de assumir responsabilidades executivas no âmbito das unidades e áreas de negócios e veio à UBI participar numa aula aberta da pós-graduação em Marketing Territorial. Pela primeira vez, a UBI organiza uma pós-graduação, financiada pelo Programa Foral. Esta formação pretende, segundo os responsáveis “estender-se à realidade da sociedade quotidiana e enriquecer o leque de conhecimentos e experiências à disposição dos formandos durante a realização do curso”. Assim, os responsáveis pela coordenação do curso definiram como prioritário “a organização de conferências”. Estes encontros contam com a participação de especialistas de renome nas diversas áreas que compõem o currículo da pós-graduação.




Os Correios em números



Todos os dias, de Norte a Sul do País, os serviços de correios entregam 6 milhões de cartas. Esta correspondência tem várias origens. As empresas públicas, os grandes grupos económicos e os jornais representam entre 80 a 86 por cento da correspondência escrita que diariamente circula em Portugal. Isto porque os lusos não são muito dados à escrita em papel. As contas dos CTT revelam que cada português escreve, por ano, cerca de oito cartas. Num serviço onde bastam 30 cêntimos para entregar o subscrito em qualquer ponto do País.
Este serviço que actualmente está apenas nas mãos dos CTT, tem uma eficácia qualitativa de 98,5 por cento. Para que os 6 milhões de envelopes diários sejam entregues, os CTT contam com uma equipa de 3 mil funcionários dedicados à divisão e segmentação da correspondência a que se juntam 8 mil carteiros. Toda esta rede é engrossada pelas mil estações de correios, 2 mil e 300 estações de Pay-shop, e mais uns quantos pontos de atendimento.