Sandra Invêncio*

Muitas estórias para contar


São apenas seis anos, mas de certo com muitas estórias por contar. E outras tantas contadas. Ou deverá antes dizer-se: já seis anos! Em época de se celebrar mais um aniversário, antes de se voltar a erguer as taças e fazer os habituais votos para o futuro, permitam-me que partilhe o que foi a minha experiência aqui, a minha estória, enquanto aluna de Ciências da Comunicação... Aquele momento em que depois de tanto Habermas, Kant e Aristóteles, que teimavam em estar como que em exclusivo nas aulas, ouvi dizer que era finalmente hora de me sentar em frente ao computador e escrever...
Estava no quarto ano da licenciatura e o Urbi@Orbi , que havia nascido há pouco mais de ano e meio, iria agora contar para a disciplina de Jornalismo. Na altura, diga-se, sem intenções de ferir susceptibilidades, ouviam-se lamentos um pouco por todo o lado, entre os alunos: os Aristóteles, os Kants e os Habermas tinham encetado uma perseguição há demasiado tempo; nem uma única oportunidade antes daquele quarto ano para experimentar um pouco que fosse daquilo que queríamos fazer no futuro...
Devo dizer que foi com muita satisfação que aceitei o desafio Urbi@Orbi e que fiz neste jornal, de resto, aquela que foi a primeira reportagem que foi capaz de me absorver todos os sentidos, de despertar aquele burburinho interior que só o jornalismo sabe provocar, toda aquela envolvência que nos faz levar o tema para casa, sem que sejamos capazes de o tirar da cabeça. O Urbi@Orbi faz parte das minhas melhores recordações enquanto aluna na UBI. Não o digo porque as boas maneiras ditam que fica bem ser-se simpático em dia de aniversário. Desenganem-se!
Tudo isto apenas para dizer que congratulo-me em saber que hoje os alunos da licenciatura escrevem para o Urbi mais cedo, desde o segundo ano. Neste momento festivo, destaco ainda outro momento: o lançamento da edição em papel.
Quando a dada altura se estabelecem ligações fortes, é impossível quebrar o contacto que existe. A cada semana, a cada edição, não resisto em espreitar o que por aqui se faz. E faz-se cada vez melhor. Quem por aqui passou não pode resistir a essa espreitadela, a um jornal que desde cedo soube extravasar as fronteiras da universidade...
Agora sim, os votos: Que o Urbi tenha uma longa existência!


* Jornalista do Público