Pedro Carreira de Jesus*

Caríssimos leitores do Urbi@Orbi


O meu nome é Pedro Carreira de Jesus e pertenci à primeira fornada de alunos responsáveis pelo Urbi@Orbi . Estávamos no despontar do ano 2000 e a criação de um jornal de periodicidade semanal num formato on-line acabou por funcionar como catalizador para sanar muitas das nossas ânsias. Afinal a partir daí dispúnhamos do espaço e dos instrumentos necessários para nos testarmos enquanto executantes do jornalismo escrito.
Quando o repto foi lançado os alunos aderiram com entusiasmo. Da minha parte, houve a vontade de garantir a página da secção cultural. Diversos foram os filmes, discos, livros, exposições e espectáculos sobre os quais escrevi. Nunca com uma posição hostil ou paternalista mas antes como apontamentos, sugestões a partilhar.
Ainda assim, não descurei outros formatos e procedi a reportagens que me enriqueceram inclusive a título humano tais como àquela acerca da repressão exercida sobre os Covilhanenses no período pré-25 de Abril de 1974.
O que resultou da vitalidade Urbi@Orbi surpreendeu-me desde logo a mim dado que permitiu dissipar dúvidas e cimentar o gosto pela palavra escrita. E é a palavra escrita que tem pautado o meu percurso profissional. Assim, imediatamente após a conclusão do curso ingressei como estagiário no sector de Continuidade e revisão de texto da produtora de ficção nacional NBP. Dado o interesse demonstrado pela área de argumento, considerei valioso fazer parte de uma indústria que tanto sucesso faz nos dias que correm. Após o referido estágio passei a fazer parte do grupo NBP e consequentemente a responsável pela Continuidade e revisão de texto de cerca de uma dezena de projectos exibidos na RTP, RTP Internacional e TVI, todas eles com elevados índices de audiência, casos de Jardins Proibidos , Saber Amar ou Mundo Meu . Ainda na NBP desenvolvi trabalho como anotador de estúdio.
Na CASA DA CRIAÇÂO fui guionista e coordenador de escrita do projecto O Último Beijo . Na NBP INTERNACIONAL fui responsável pela edição de texto e remontagem de um projecto adquirido pela Disney International e difundido em quase todos os países da América Latina, bem como na Rússia e Ucrânia.
Paralelamente a estes trabalhos, fui um dos 15 alunos semestrais escolhidos para cursar Gestão e produção das artes do espectáculo numa acção financiada pelo Fundo Social Europeu e Estado Português.
A nível jornalístico colaborei, um pouco à imagem do que fiz no Urbi@Orbi, na secção cultural de alguns suplementos e revistas de localidades como Lisboa, Porto ou Odemira, entre os quais o Lx Jovem, a DIF ou O Profissional.
Durante estes 5 anos escrevi ainda um livro conceptual de poesia em fase de pré-edição. O livro é um prolongamento de algumas colaborações que tenho efectuado com revistas de índole literária como a Rodapé (da responsabilidade da Biblioteca Municipal de Beja e que conta com colaboradores tais como José Luís Peixoto, Jacinto Lucas Pires, Filipa Melo, Possidónio Cachapa, Maria do Rosário Pedreira ou Adília Lopes) ou a águasfurtadas (revista de literatura e artes visuais do jornal universitário do Porto, que conta com colaboradores tais como Vasco Graça Moura).
Estou ainda a tentar alargar esta apetência voraz pela escrita a áreas como o teatro (através de contactos feitos com uma companhia teatral com vista à criação de um monólogo), o conto infantil, o argumento para curta ou longa-metragem e a poesia para ser dançada (nomeadamente após uma primeira experiência em que se coreografaram dois poemas meus no espaço Danças na Cidade ).
Após ressalvar o importante que foi a experiência Urbi@Orbi enquanto descoberta, estímulo e consolidação do gosto pela escrita importa congratular o Urbi@Orbi e desde logo os alunos responsáveis pelo seu funcionamento e importa elogiar os muito estimáveis Anabela Gradim e António Fidalgo, professores que marcaram indelevelmente o nosso percurso colectivo na UBI, pela visão e incentivo à expansão pessoal e crítica dos seus discentes. A todos os meus mais sinceros parabéns e continuação do bom trabalho.


* Produtor da NBP