O Colóquio contou com a presença de vários enfermeiros e conferencistas. Este tema foi discutido por entidades importantes da área de enfermagem entre os quais se destacaram Amílcar de Carvalho, presidente do Conselho Directivo Regional do Centro da Ordem dos Enfermeiros, Duarte Gomes, professor da Faculdade de Psicologia da Universidade de Coimbra, Conceição Martins, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses e Jacinto Oliveira, vice-presidente da Ordem dos Enfermeiros (OE).
As questões mais debatidas envolveram a qualidade e eficiência dos serviços, que como apontou Conceição Martins “hoje tudo é feito em torno do utente, do cidadão”. A enfermeira esclareceu os presentes sobre a questão do quadro de objectivos da profissão e também sobre a legislação em vigor. Reivindicou os direitos dos enfermeiros, sobre a carreira e os cuidados e a atenção que exige.
Jacinto Oliveira (OE) deixou bem claro que “a excelência do exercício da profissão, é um dos deveres da Ordem dos Enfermeiros”, referindo alguns dos aspectos positivos e negativos da profissão. Mencionou também as condições importantes para a assistência aos utentes, “são necessárias condições de higiene, saúde e segurança no trabalho; as instalações são más e são imprescindíveis salas especializadas e equipamentos”.
A questão chave deste debate foi a articulação entre uma cultura profissional e uma cultura organizacional. Esta questão implica cada vez mais que a organização dos Hospitais e Centros de Saúde seja feita em função do cidadão. Para que isto seja real é necessário existir motivação.
Duarte Gomes falou da motivação como sendo crucial para o enfermeiro, “a motivação passa por todas as condições de trabalho, o salário, a segurança, as relações com os chefes e colegas de trabalho.” Foi elaborado um estudo com enfermeiros de Coimbra, que faz parte do Projecto Leonardo da Vinci, sobre a satisfação na área da saúde, essencialmente na enfermagem. Para o Professor “o Hospital para funcionar como Centro de Saúde precisa de criar uma cultura organizacional”.
A área de enfermagem, neste momento, não tem os profissionais necessários. Para Conceição Martins “ o bloco operatório é o que tem uma carência maior de enfermeiros”. Quanto ao CHCB, a enfermeira apontou que “não vão fechar a maternidade, vão encerrar blocos de parto; mas vamos aguardar e esperar que as entidades competentes vejam o que é melhor para a população do Distrito de Castelo Branco”.
“Condições de Trabalho dos Enfermeiros Portugueses” é o título do livro que foi apresentado durante este colóquio. Este livro apresenta os problemas que hoje enfrenta a área de enfermagem, a escassez de profissionais nesta área e a sua competência. Amílcar de Carvalho aponta que “é necessário uma cultura organizacional que promova os serviços, em resposta às necessidades das pessoas” e que “uma das questões concretas é aprofundar as competências dos enfermeiros”, questão que a OE está a trabalhar. “Os enfermeiros representam hoje uma fatia importante dos prestadores de saúde; somos nós que respondemos às necessidades das pessoas” referiu o Presidente do CDR do Centro da Ordem dos Enfermeiros.