Entre a Espada e a Parede
Vidas Jogadas

O Teatro Experimental de Medicina (TEMA), da Faculdade de Medicina de Lisboa participou, dia 25 de Março, pelo quinto ano consecutivo no Ciclo de Teatro Universitário. A história centra-se num conflito dramático que evolui durante um jantar entre cinco antigos colegas de liceu.


Por Elisabete Cardoso

O Teatro Experimental de Medicina passou pela Covilhã

Amélia, Nuno, Luísa, Paulo e André compunham um grupo de amigos nos tempos de liceu. Luísa e Nuno eram namorados, mas terminaram a relação logo aos 18 anos e nunca mais se voltaram a ver. Amélia e Paulo casaram algum tempo depois e são eles que, após oito anos, decidem marcar um jantar em sua casa. “Entre a Espada e a Parede” é assim um jantar de cinco adultos amargurados perante o vazio do presente e a angústia de um passado que acabou.
Tal como a história da peça, também o cenário se vai construindo à medida que a trama avança, algo que o encenador César Alagoa considera como “um jogo”, onde “se opta por compor o cenário aos poucos, como se de um puzzle se tratasse”.
Ao cair do pano é que se percebe o verdadeiro intuito deste jantar, não é um reatar da amizade mas, pelo contrário, uma vingança cruel protagonizada pelo casal anfitrião que é justificada “pela vida vazia que levam e por, de todos os seus antigos colegas serem os únicos que não mudaram nada, nem se esforçavam para isso”.
O TEMA foi fundado a 19 de Novembro de 1992 por um grupo de alunos da Faculdade de Medicina de Lisboa que, unidos no seu gosto pelo teatro, se propuseram a divulgá-lo e promovê-lo. Desprovidos de pretensões, consideram que, ao longo dos últimos 13 anos têm vindo a conquistar um público que se mantém atento, crítico e presente.
Um texto de Luis Assis, um dos mais jovens autores de teatro portugueses e encenação de César Alagoa, “Entre a Espada e a Parede” é uma peça surpreendente, que conquistou por completo o pouco público presente no Teatro Cine, agarrando-o à cadeira e fazendo-o sentir todas as emoções que a peça transmite, ponto aliás recomendado pelo autor, “Que o público se liberte e se lembre de viver!”.