Himmelweg, Camiño do Ceo
A mentira nazi

A inspecção a um campo nazi, por parte de um delegado internacional da Cruz Vermelha é o mote da peça do grupo da Aula da Teatro da Universidad da Coruña, que subiu ao palco, no passado dia 24, enquadrada no X Ciclo de Teatro Universitário da Covilhã.


Por Luís Miguel Simões

As vivências de um campo nazi servem de mote a esta peça

O regime nazi com o intuito de esconder os horrores que o povo judeu sofria, modifica o campo de concentração de Himmelweg, fazendo o parecer um lugar agradável de reeducação. O delegado, personagem ausente, observa campos de jogos, uma sinagoga, e momentos do quotidiano dos judeus, contudo este não sabe que todos esses momentos foram ensaiados e que nada correspondem á crueldade e ao Holocausto.
A narrativa sofre diversos cortes, em que somente com movimentos corporais, os actores expressam os sentimentos subjacentes ao texto. A busca desses sentimentos implicou uma longa investigação por parte de todo o elenco.
O espectador, ao longo dos actos, observa a realidade, o embuste e todos os preparativos para que a mentira parecesse credível, bem como monólogos do responsável do campo, em que tenta convencer o público que a politica anti-semita era correcta e necessária.
O cenário é baseado numa estrutura de madeira, que os actores transformam, no decorrer da peça, em diversos utensílios, e numa tela que projecta imagens “softs” relacionadas com o Holocausto, como um amontoado de colheres sujas.
Numa conversa informal com o público, uma constante neste ciclo, Pablo Rodriguez, o encenador, considerou a actuação bastante positiva, na medida em que o púbico não reagiu, “é um texto muito forte em que o público fica estático com tanta crueldade”.