O tabaco foi o tema central deste debate
Manifesto contra o tabaco
Alunos debatem tabagismo

Alunos de Medicina da UBI promoveram uma sessão de debate acerca dos malefícios do tabaco. “Porque é que as pessoas fumam?” foi uma das questões debatidas.


Por Rosália Rodrigues


Os alunos de Medicina da UBI colaboraram com a Associação Nacional de Estudantes de Medicina (ANEM) num manifesto nacional contra o tabaco. A iniciativa partiu da Comunidade Europeia, com organização da European Youth Fórum, com o objectivo de reunir a opinião de vários jovens nos diferentes países constituintes da União Europeia. O debate decorreu no bar da Biblioteca Central, na quarta-feira, 22, pelas 18 horas, onde foram analisados os malefícios do tabaco e as medidas a adoptar na luta contra o tabagismo.
European Youth Fórum é uma organização internacional composta por comissões nacionais da juventude e organizações não-governamentais representantes dos interesses dos jovens, dos 25 países da Europa. Com esta iniciativa pretendem implementar a livre discussão entre os jovens e fazer um estudo do que pensam acerca do assunto. O programa da European Youth Fórum tem três fases. A primeira decorre até Abril e convida todos os jovens a participarem no debate; a segunda terá lugar em Maio, de onde se fará um resumo das opiniões; a última fase compreende a divulgação do estudo, que tem lugar a 31 de Maio, “Dia Mundial Sem Tabaco”.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo é considerado a principal causa de morte evitável em todo o mundo. A OMS estima que um terço da população mundial adulta, um bilião e duzentos milhões de pessoas, sejam fumadoras. O total de mortes devido ao uso do tabaco atingiu 4,9 milhões de mortes anuais, o que corresponde a mais de dez mil mortes por dia.  Na Europa o tabaco é responsável por um milhão e duzentas mil mortes anuais, prevendo-se um crescimento para dois milhões em 2020. Em Portugal calcula-se que 20 a 26 por cento da população fuma o que provoca mais de oito mil e quinhentas mortes, por ano, com doenças provocadas pelo tabaco. O predomínio de fumadores é de três homens e meio para cada mulher. As mulheres que há cerca de 30 anos fumavam pouco, têm vindo a aumentar o consumo de tabaco. Os jovens são os principais “alvos” e tornam-se dependentes, cada vez mais cedo. Cerca de 90 por cento dos fumadores iniciam o consumo antes dos 19 anos.
O fumo do tabaco constitui um factor de risco importante de doenças vasculares arteriais, coronárias e cerebrais. É referido que 20 por cento de mortes são causadas por doença coronária. Os hábitos tabágicos contribuem para o desenvolvimento de doenças respiratórias, que podem ser graves e mortais, tal como 80 por cento das situações clínicas de doença pulmonar crónica obstrutiva. O tabaco é também, responsável por 25 a 30 por cento dos cancros e durante a gravidez, afecta a formação do feto e o futuro da criança.
Teresa Rosa, aluna do 3º ano de Medicina, que dirigiu o debate, referiu que a luta anti-tabaco “é um tema que exige debate e que se tomem medidas, pois é um problema de saúde pública”. Os fumadores não prejudicam apenas a sua saúde, mas também a dos que os rodeiam.
De acordo com a OMS, o tabagismo passivo é a terceira maior causa de morte evitável no mundo, subsequente ao tabagismo activo e ao consumo de álcool. As crianças são as que mais sofrem com esta situação, pois para além de fumadoras passivas, são potenciais fumadores activos.
Durante o fórum, os alunos de Medicina referiram a implementação de mais acções de informação e de educação da população em geral, alertando-se para o perigo do tabaco, através de conferências, de recomendações escritas em brochuras, em folhetos, artigos, anúncios na televisão e na rádio. Outras acções preventivas devem consistir na proibição da venda a menores e de fumar em locais públicos.