Conferência sobre “Modelos de Resposta ao Item”
Investigador americano
aponta falhas nas provas de avaliação


Investigador Sénior da WESTAT esteve na UBI para explicar provas de avaliação no ensino e os parâmetros de dificuldades enfrentados pelas crianças. Durante os 18 anos que esteve no Brasil, Philip Fletcher descobriu, após várias pesquisas, que o desenvolvimento mental das crianças nos Estados Unidos baixou muito entre 1990 e 2000. Aponta falhas nas provas de avaliação, mas diz que é possível aperfeiçoar.


Por Cátia Felício

Um investigador internacional esteve na UBI

“A teoria de resposta ao item é bastante robusta”, explica Philip Fletcher na conferência organizada pelos departamentos de Matemática e de Psicologia e Educação na sexta-feira, dia 5, no anfiteatro 6.1. A sessão “Modelos de Resposta ao Item” abordou ainda o levantamento de dados e análises estatísticas nos principais projectos da WESTAT.
Provas de vocabulário e de matemática permitem fazer a leitura de resultados e conhecer melhor o desenvolvimento mental infantil. A “Experiência Inusitada das Provas” é a área da psicometria sob a qual se debruça o orador.
Realizada no âmbito de dez seminários, a sessão serviu também para o investigador revelar algumas escalas de desenvolvimento infantil, aplicadas a várias crianças, como aconteceu nas pesquisas que fez no Brasil.
Fletcher trabalha sobretudo na área de desenho de instrumentos de colecta e prepara provas para avaliação no ensino. Para que possa fazer as suas pesquisas, há, na WESTAT, entrevistadoras que falam com as crianças e lhes fazem uma série de perguntas. É a partir daqui que são preparadas as provas para avaliação no ensino. A proposta que apresenta é a de que sob condições inalteradas, duas medidas perfeitas deveriam fornecer o mesmo resultado para a pessoa examinada.
O investigador executa vários projectos na área de ensino, como é o caso do programa internacional de avaliação de estudos (OCDE-Pisa). Em síntese, diz que “existem erros ou inconsistências nos procedimentos das provas”. E explica que “as provas são por natureza falhas, porém, possíveis de aperfeiçoamento”.
Estes modelos de resposta ao item investigados por Fletcher já tinham suscitado, em 1961, o interesse de Georg Rasch, matemático dinamarquês. Rasch deu ênfase à separação de parâmetros de item e de pessoa como motivo para o desenvolvimento do seu modelo de medição.

O que é a WESTAT?

A WESTAT é uma empresa norte-americana que trabalha com agências do governo, muitas empresas, fundações e universidades. Fundada em 1961, “é hoje uma das mais importantes organizações de pesquisa contratual dos E.U.A.”.
Philip Fletcher tem actualmente perto de sete projectos em andamento nesta empresa e diz que “a ideia inicial da WESTAT é desenvolver planos de pesquisa e análise para governos, organizações de pesquisa e indústria”. Entre os vários projectos da WESTAT consta o do emprego no sector público e o inquérito nacional sobre creches.
Na empresa, “a maioria das pessoa trabalha na colecta de dados, através de entrevistas por correio, telefone ou pessoais”. Outras especializações da WESTAT são o desenho de amostras, o processamento de dados, análises estatísticas, preparação de relatórios e software.