Saídas Profissionais e Processo de Bolonha
O futuro depois da licenciatura

Fevereiro, Março e Abril são os meses mais importantes no que toca à fase de recrutamento nas empresas. O alerta é de Rogério Palmeiro, um dos oradores da conferência sobre saídas profissionais.


Por Cátia Felício

A palestra contou com vários conferencistas

“Sempre que possam, façam um currículo como se fizessem um fato no alfaiate”. Salientando que a experiência profissional é essencial, Rogério Palmeiro, responsável pelo gabinete de estágios da UBI, aconselha assim cuidados a ter ao redigir o currículo. O orador abordou ainda os estágios em contexto real de trabalho, na conferência “Saídas profissionais no âmbito do processo de Bolonha”, de dia 18 de Maio. No evento organizado pelo departamento de Gestão e Economia (UBIGest) foram apresentados um conjunto de preocupações e procedimentos a ter por parte dos alunos que terminam o curso.
“Fevereiro, Março e Abril é o período em que há maior procura por parte das empresas, até para assegurar as férias do pessoal que lá trabalha”. E acrescenta, “a partir de Maio sente-se um decréscimo no recrutamento”.
Para Rogério Palmeiro, os currículos não devem ser iguais e são os pormenores que ajudam a seleccionar ou excluir na fase de recrutamento. No currículo deve constar o número de telefone fixo e o móvel e o e-mail deve ser institucional e não com “nomes estranhos”.
O responsável pelos estágios da UBI aconselha os alunos a “ponderar das ofertas existentes” e diz que “quem quiser, dentro do departamento de gestão e economia, o gabinete de estágios da UBI garante e assegura um primeiro contacto com o mercado de trabalho”. Adianta ainda que existe um número de ofertas suficiente para todos os finalistas.




Processo de Bolonha ainda levanta dúvidas

Maria do Ceú Alves, moderadora do debate, diz que “Bolonha pressupõe alterações nas metodologias e isso vai alterar o método de trabalho dos professores e dos alunos”.
Na conferência, Manuel Patutela, Presidente da Direcção Central da Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade, foi outro dos oradores e considera que o ensino secundário deve ser mais exigente. Adiantando que há “melhoramentos necessários” e que se trata de novos desafios, deixa uma questão no ar. “Pergunta-se: Bolonha é uma ameaça ou uma oportunidade?”.
Pires Manso, docente do Departamento de Gestão e Economia, representa a UBI na Ordem dos Economistas. A acreditação dos cursos, o processo de Bolonha e a posição da Ordem dos Economistas face à adaptação dos cursos foram pontos marcantes do discurso do professor. “A Ordem decidiu que a acreditação se deve manter”, o que significa que continuam a ser necessários 240 créditos.
Quanto ao processo de Bolonha, ainda tem de ser clarificado. “É difícil saber o que está por detrás do processo de Bolonha. Há muitas dúvidas”. Coloca várias questões, mas confessa que não sabe qual prevalece. “Será a necessidade de generalizar a toda a Europa o que está em vigor há muitos anos na Inglaterra? Será apenas uma preocupação economicista? Será a necessidade de recuperar em relação aos Estados Unidos?”.