Uma partida entre último e penúltimo, ainda que separados à partida por sete pontos, é sempre um encontro de nervos. Os visitantes, o Carregado, tentava ainda tornar possível o sonho da manutenção. A equipa da casa, o Covilhã, tentava por um lado afundar definitivamente os adversários e por outro chegar-se definitivamente às equipas acima na tabela. Apesar de apenas ter chuviscado durante a partida, o terreno de jogo estava encharcado e visivelmente pesado, o que dificultou a movimentação dos atletas e a deslocação da bola.
Os serranos mostraram no inicio da partida o que queriam tirar deste jogo. Entrando com toda a força no encontro, desde o primeiro minuto que tentaram criar perigo, não deixando o Carregado respirar e obrigando assim os adversários a fazer muitas faltas, para segurar os constantes ataques da equipa da casa. Embora sem resultados práticos nas marcações dos livres directos, um desses lances, aos oito minutos, marcou decisivamente a partida. Pimenta isola Jorge Monteiro, que de frente para a baliza é derrubado pelo capitão Sérgio Nunes. Após uma pequena conversa com o assistente, o árbitro Luís Reforço expulsa o atleta, reduzindo assim a equipa visitante a dez elementos desde muito cedo.
O Carregado que até então ia avançando as linhas sempre que podia, após a expulsão recua no campo, e obriga o Covilhã a ter de pensar mais o jogo e a ter de procurar espaços, que até à altura surgiam com muita mais facilidades. Esta redução de intensidade por parte dos leões da serra parece ter adormecido o jogo e estranhamente foi o Carregado que começou a crescer em campo, desdobrando-se rapidamente em ataques rápidos e começando assim a criar problemas na defesa da casa. Num desses lances, Dionísio, o melhor elemento dos visitantes, aparece isolado pela esquerda, mas apanha Igor já à entrada da área, que com uma intervenção in extremis resolve o assunto. Apesar do domínio do Covilhã, as jogadas mais perigosas foram do Carregado que aos 39 minutos podia ter marcado, por Rente, que obrigou Igor a mais uma intervenção importante após cruzamento perfeito do inevitável Dionísio.
Mas quando o aproximar do intervalo parecia indicar o nulo no marcador, aparece Pimenta no jogo. O atacante do Covilhã construiu o lance que resultou no primeiro golo da partida, finalizando uma bola após uma série de ressaltos na área dos visitantes. Até ao intervalo, dois remates para cada lado ainda assustaram os guarda-redes.
O segundo tempo começou com mais uma oportunidade para cada lado. Primeiro Pimenta desperdiçou boa jogada e logo a seguir Dionísio serviu Miguel Rosa ao segundo poste, que só não marcou porque Zezinho foi mais rápido a fazer o corte. Com mais um jogador, a equipa da casa tinha condições para poder assumir o jogo e procurar o segundo tento, mas optou desde muito cedo em tentar controlar a partida, atacando menos. O Carregado ganhou com isso mais confiança e levou o Covilhã a apanhar alguns calafrios. Aos 57 minutos um atraso de Zezinho quase deu auto golo, valendo o relvado que reteve a bola. Passados três minutos o Carregado reclamou penaltie, num corte do Covilhã onde não parece haver falta. Aos 65 minutos entrou Paulo Gomes para o lugar de Jorge Monteiro, o que levou o Covilhã a perder rapidez nas saídas para o ataque, faltando agora gente na frente quando a equipa queria surpreender os adversários, mas ganhando qualidade no controlo e no passe da bola, controlando mais facilmente o ritmo de jogo.
O guarda-redes da casa, Igor, ainda teve trabalho, pois o jogo directo do Carregado dificultava o trabalho dos defesas do Covilhã. Numa bola longa Igor sai da baliza mas agarra a bola já fora da área. O árbitro esqueceu-se do amarelo e na marcação do livre, que até contou com o guarda-redes adversário Thiago na área, não resultou perigo. Apesar das tentativas do Carregado, os serranos aguentaram sempre os ataques e garantiram assim três importantes pontos, que afastam o Carregado da luta pela manutenção e aproxima o Covilhã dos lugares de salvação.
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