Movimento pelo Sim

Um grupo de covilhanenses reuniu-se na passada sexta-feira para debater a proposta do movimento pelo sim, que defende a despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez

Está na hora do país devolver à mulher os seus direitos". Foi esta uma das ideias fortes do debate organizado pelo Movimento pelo Sim, no Salão Nobre da Cooperativa Oriental de São Martinho, pelas 21 horas do passado dia 12, na Covilhã. O movimento defende a interrupção voluntária da gravidez (IVG), atribuindo o direito da decisão ao casal e acabando com a criminalização da mulher. Neste evento destacou-se a presença de Natacha Amaro, membro da Direcção Nacional do Movimento Democrático das Mulheres (MDM).
O Movimento pelo Sim é constituído por um conjunto de cidadãos, pelo movimento de utentes do Serviço Público, pela CGTP e pelo próprio MDM. Este movimento conta com o apoio de mais de 14 mil pessoas espalhadas pelo continente e pelas ilhas.
Neste período de pré-campanha, que culminará com o referendo no dia 11 de Fevereiro, o movimento planeou uma estratégia de divulgação, constituindo núcleos distritais. Nestes núcleos destacam-se os mandatários e apoiantes unidos com o objectivo de mobilizar, contactar e esclarecer o maior número de cidadãos, para que estes possam exercer o seu direito ao voto de forma consciente. De acordo com a  dirigente do MDM, Natacha Amaro, este movimento empenha-se em tentar alertar a população para o facto da lei em vigor ser irreal, desadequada e injusta, destacando ainda que o aborto constitui, actualmente um problema de Saúde Pública. Esta dirigente destacou que a despenalização não é uma liberalização, mas a solução para um problema real que pode garantir a segurança das mulheres que realizam a IVG.
Esta iniciativa contou com a presença da associação de estudantes da UBI, que apresentou os resultados do referendo sobre a despenalização voluntária da gravidez realizado dentro da comunidade Ubiana.  Embora o referendo tenha tido apenas 10 por cento de adesão, o SIM venceu com cerca de 80 por cento.
No final da sessão a palestra deu lugar a um aceso debate que contou com a troca de experiências entre os oradores e os cerca de 60 cidadãos que participaram na iniciativa.