Diagnóstico: Dr.House

O núcleo de estudantes de medicina da Universidade da Beira Interior (MedUBI), promove sessões de debate quinzenais em volta da série americana Dr.House.

> Carla Magalhaes
> Ana Catarina Mendes

“A linha que separa a ficção da realidade é muito ténue”. É sob esta ideia que o MedUBI inicia uma série de debates quinzenais à luz da premiada série televisiva Dr. House. O primeiro teve lugar na passada terça-feira, dia 13 de Fevereiro, pelas 18 horas, realizado no anfiteatro verde da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI.

A visualização de um episódio da série permitiu aos participantes o início do debate, tendo como moderador o professor Victor Branco. Inúmeras perguntas foram feitas, demonstrando o gosto e fascínio pela série aliado ao conhecimento cientifico adquirido no decorrer do curso.

Victor Branco foi esclarecendo as questões colocadas e evidenciou as semelhanças da série ao quotidiano hospitalar. Ainda à luz destas premissas concluiu-se que ao contrário do que acontece na América, onde os pacientes são mais informados sobre o seu estado de saúde, em Portugal os doentes têm ainda uma visão paternalista da Medicina, ou seja, ao passo que os americanos se informam do diagnóstico possível de acordo com os seus sintomas, os portugueses esperam que resposta esteja na análise do médico.

Outra semelhança muito focada foi o sentimentalismo por parte do médico em relação à doença e a forma de lidar com ela. Na série, a equipa de médicos assume sempre um papel importante no deslindar do problema real do doente, humanizando-o, segundo Victor Branco, o sentimentalismo “é prejudicial em dois níveis, quer por não se conseguir abstrair da situação de sofrimento do paciente e também, por este impedir um raciocínio correcto”, reforçando a ideia de que é preciso encontrar a dose certa de cada coisa, deve-se contudo evitar o mecanismo e a desumanização.

Este tipo de séries estão a criar uma revolução junto dos pacientes, não tanto ao nível da investigação médica por parte destes, mas pelo facto de terem em sua posse mais informação e interesse na auto análise da própria doença, deixando assim de ser um doente passivo. Isto provoca que o paciente seja mais exigente nos resultados obtidos, à semelhança daquilo que acontece nas séries do género, como o Dr. House ou ER – Serviço de Urgência e Anatomia de Grey.

Armando Leal, membro do MedUBI, entusiasmado pela grande participação neste primeiro debate, espera que os próximos sejam tanto ou mais participados. Revelou ainda que a inspiração para os debates teve origem na matéria leccionada aos alunos de terceiro ano do curso.

Data de publicação: 2007-02-21 12:43:19