Resíduos poluídos

Há alguns meses, vários órgãos de Comunicação Social alertaram para o facto de existirem no complexo das Minas da Panasqueira, escombros que poderiam estar a contaminar as águas do Rio Zêzere. Manuel Torgal explica a situação.

No complexo mineiro da Panasqueira existem vários lagos de lamas formados ao longo das décadas de actividade da mina. Um dos lagos de lamas foi identificado há alguns meses, como ponto de origem de uma contaminação do Rio Zêzere. Os lagos referidos nesses casos situam-se na localidade do Rio “e têm efectivamente uma característica especial, isto é, estão muito contaminados”, explica Manuel Torgal, autor da tese de doutoramento. Segundo o mesmo “essas lamas não têm aplicação”. As lamas que serviram de base a esta tese “provêm do maior lago de lamas das minas, com um milhão de toneladas e não tem, nem de longe nem de perto, os níveis de contaminação das referenciadas na Comunicação Social”. Os lagos que estão junto à povoação do Rio e que estão identificados como fontes de poluição “têm um volume muito mais pequeno”. O lago de lamas estudado neste caso localiza-se na Barroca Grande, onde fica a sede da empresa e neste momento tem um volume muito extenso, “mas com um nível de contaminação baixíssimo”, reitera o autor do estudo. Os ensaios de comportamento ambiental destes materiais revelaram que “não tinha a perigosidade dos outros”.
A título de exemplo, as análises realidades às lamas que integraram esse estudo e que compõem o lago da Barroca Grande, “revelaram que os nível de Arsénico não chega a 0,1 por cento enquanto que o outro tem valor de Arsénico na casa dos 20 por cento, ou seja, 40 vezes superior”.

[Voltar]