Estatuto Editorial | Editorial | Equipa | O Urbi Errou | Contacto | Arquivo | Edição nº. 426 de 2008-03-25 |
Venda da AdC segue mesmo em frente
A Câmara da Covilhã vai mesmo vender 49 por cento dos antigos Serviços Municipalizados, transformados há tempos em empresa-municipal. O consórcio AGS foi o único, dos cinco iniciais, que chegou ao fim do concurso.
> Eduardo AlvesNa próxima Assembleia Municipal a medida vai ser discutia e aprovada pela maioria social-democrata, passando assim a ser efectivo o controlo de 49 por cento das Águas da Covilhã, por um consórcio privado. O presidente da autarquia serrana adiantou na passada quarta-feira, 19 de Março, no final de uma sessão extraordinária, que o consórcio AGS foi o escolhido para esta operação.
Chega assim ao fim uma longa e tumultuosa operação que a autarquia iniciou há mais de dois anos. Pelo meio ficam providências cautelares interposta por deputados municiais e partidos da oposição, ficam também declarações do próprio presidente da câmara que chegaram a pôr em causa a realização desta operação e sobretudo, um coro de protestos por parte de toda a oposição e também de um movimento cívico.
A AGS, consórcio formado por várias empresas onde se destaca a Águas da Serra, que detém já o sistema de Estações de Tratamento de Águas Residuais do concelho, fica agora a controlar 49 por cento da AdC.
Uma operação que Carlos Pinto, o social-democrata que lidera a Câmara da Covilhã diz ser “estratégica para o futuro”. Para já, esta venda envolve 40 milhões de euros a serem entregues ao município, quer em dinheiro quer em obras e outras aplicações, como a substituição de todos os contadores e modernização da leitura dos consumos de água.
A oposição socialista não “pintou” com as mesmas cores esta decisão e diz que “está aberto o caminho para a privatização total do sector da água”. Miguel Nascimento e Vítor Pereira votaram contra esta medida e garantem que “nunca seria tomada se fosse o PS a liderar a câmara”. Segundo os socialistas, “quem vai pagar tudo isto são os consumidores, com um aumento na tarifa da água, para além do município ficar, uma vez mais, delapidado no seu património”.
O autarca social-democrata não se revê nas críticas da oposição e anuncia mesmo que “a existirem aumentos nas tarifas da água estes vão ser próximos do valor da inflação”. A câmara, em resultado desta medida vai criar agora mais uma empresa municipal que irá controlar todas as infra-estruturas de água e saneamento.
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