Investigação reforça Medicina Legal

Na semana dedicada à Medicina Legal, o Ministério da Justiça decidiu apresentar os bons exemplos. A Faculdade de Ciências da Saúde da UBI contou com a visita do presidente do Instituto de Medicina Legal que falou sobre o futuro do Gabinete da Covilhã. Uma maior aposta na investigação e apoio à formação são alguns objectivos.

“A Covilhã é um exemplo de boas práticas a nível nacional”, disse Duarte Nuno Vieira, presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal, na passada terça-feira, 25. O responsável máximo por este organismo deslocou-se à Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, juntamente com o chefe de gabinete do Secretário de Estado da Justiça, onde promoveram uma apresentação do papel que é desempenhado pelos vários gabinetes de Medicina Legal do País. Numa sessão onde também estiveram presentes Carlos Abreu, médico coordenador do gabinete da Covilhã, Santos Silva, reitor da UBI e João Queiroz, presidente da FCS, foram adiantadas algumas novidades para estas estruturas.
Depois de se ter conseguido “uma nova imagem e entendimento sobre o que é a Medicina Legal, o futuro desta área passa agora por uma aposta na investigação e na formação”, explicou Duarte Nuno. O presidente do INML quis vir à Covilhã “precisamente para mostrar o papel exemplar que é mantido entre o gabinete, o Centro Hospitalar da Cova da Beira e a Faculdade de Medicina”. Estruturas que “funcionam em perfeita coordenação”, garante também Carlos Abreu. O médico que coordena o Gabinete de Medicina Legal na Covilhã reforça a ideia de que “hoje existe uma visão completamente diferente desta área”. Fruto de uma melhor informação e “humanização dos serviços”.
Nos próximos tempos, o INML “vai dar um forte apoio a diversos projectos de investigação, em variadas áreas da Medicina e não só”. Duarte Nuno garante que “depois de nos ter sido atribuído o estatuto de laboratório do Estado, a nossa capacidade de dinamização de investigações cresceu bastante”. Um exemplo disso “é o caso da Covilhã, onde decorrem já investigações no seio da Faculdade de Medicina que são apoiadas pelo Gabinete de Medicina Legal”. Parcerias que o responsável máximo pelo INML quer ver fomentadas em todo o território nacional.
Toxicologia, genética, antropologia, farmácia, são apenas algumas das áreas onde esta estrutura vai também começar a impulsionar mais investigações. Dai que “estejamos a celebrar protocolos com diversas universidades, institutos e outros organismos, no sentido de criar as parcerias adequadas a estes objectivos”, remata Duarte Nuno.
A formação passa também a ser uma outra competência forte do Instituto de Medicina Legal. São diversos os ramos científicos, desde o Direito à Medicina, passando também pela Farmácia e outros, que podem agora criar mais laços com o instituto para dar melhor formação aos seus profissionais. A este nível, quer Duarte Nuno, quer João Queiroz, da UBI, lembraram que o Gabinete de Medicina Legal, “que recebe alunos desde o primeiro ano da licenciatura em Medicina” vai também servir de apoio “ás teses de mestrado e doutoramento, tal como a outras investigações que estão agora a decorrer na Covilhã”.
O Gabinete de Medicina Legal da Covilhã está a funcionar nas instalações do CHCB desde 1 de Julho de 2001. Esta estrutura conta actualmente com cinco peritos médicos, com apoio de enfermagem e com um técnico de autópsias e dá apoio aos concelhos da Covilhã, Fundão, Belmonte e Sabugal. Uma vasta área que leva a ter “mais de um milhar de exames todos os anos” aponta Carlos Abreu. Para além dos exames e perícias que são executados neste gabinete “há toda uma parte de ligação à Faculdade de Medicina”, explica o coordenador. Os alunos da UBI “assistem desde o primeiro ano” aos exames que são realizados no gabinete.
Contudo, Duarte Nuno explica que o Instituto de Medicina Legal vive de receitas próprias “e esta estrutura, como outras semelhantes, não são lucrativas”. Mas “está fora de questão um possível encerramento”, garante o responsável. Isto porque, “temos de atender às necessidades das populações, da investigação e dos profissionais”, remata.