Voltar à Página da edicao n. 429 de 2008-04-15
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
 
> <strong>José Geraldes</strong><br />

A Covilhã em alta

> José Geraldes

A Covilhã atravessa uma fase de desenvolvimento virado para o futuro. Durante muito e muito tempo, era a cidade da mono-indústria dos lanifícios. O provérbio conhecido “se todos os filhos de Adão pecaram, todos os filhos da Covilhã cardaram” expressa, com eloquência, a presença histórica dos lanifícios na Covilhã.
Agora, a Covilhã tornou-se uma cidade terciária com uma panóplia de serviços de vária ordem. A actividade dos lanifícios ainda continua a ser importante mas sem a preponderância que a levou a ser chamada também “Manchester Portuguesa”. Era frequente, numa determinada época, comprar fatos em Londres com a etiqueta do tecido “made in Covilhã”.
Os tempos mudaram. As fábricas de lanifícios foram fechando e ficaram as que investiram em tecnologia de ponta.
Também a Serra da Estrela oferecia perspectivas turísticas que mereciam enxurradas de elogios mas que não passavam de ladainhas de retórica. O maciço central definia-se como um gigante adormecido.
Nesse passado da mono-indústria, Covilhã já era considerada o núcleo urbano mais importante e mais dinâmico do Interior do País. Uma reportagem do extinto Diário Popular dos princípios dos anos 60 assinalava o seu poder de compra mais alto em relação a outras cidades raianas.
A vinda do ensino superior mudou completamente a paisagem covilhanense. A transformação do Instituto Politécnico em Instituto Universitário e depois a criação da Universidade da Beira Interior provocou novos dinamismos a par do novo estilo do poder municipal.
A Covilhã ganhou nova visibilidade com os milhares de alunos e as centenas de professores oriundos de todo o País. Novas relações emergiram.
A cidade cresceu imenso em termos urbanísticos. Foi construído um novo Centro de Saúde mais moderno e funcional com valências apropriadas. O actual Hospital Pêro da Covilhã entretanto inaugurado constituiu nova atracção para os profissionais de saúde, médicos, enfermeiros e pessoal auxiliar. Foram criadas novas especialidades. E na classificação dos hospitais do País, Hospital Pêro da Covilhã fica nos primeiros lugares. A Faculdade e Medicina foi a cereja do bolo na consolidação da UBI e uma mais-valia para Covilhã e Região.
Depois do Parque Industrial do Canhoso, veio o Parque Industrial do Tortosendo que exige já mais espaço. Os dois facturam actualmente 120 milhões de euros. O Parkurbis trouxe a inovação tecnológica e abriu novos horizontes para a investigação e criação de novas empresas.
O turismo da Serra da Estrela tornou-se mais dinâmico com novos operadores. Dois milhões de portugueses passam anualmente pela Serra. Nos finais do ano, no Carnaval, na Páscoa e também já no Verão milhafres de portugueses procuram a Estrela esgotando os hotéis.
Agora, surge novo impulso no dinamismo da Covilhã. A fábrica de aviões junto ao aeródromo abre perspectivas de valia incalculável, criando um “cluster” fundamental para a Região e dando à Covilhã protagonismo no País.
O Parkurbis já com 21 empresas, vai ter uma Incubadora onde o empreendedorismo ocupará lugar de excelência. O “Call Center “ da Vodafone, além dos empregos que vai criar, faz da Covilhã a “cidade mais digital do Interior” com a banda larga no Parkurbis. E a vinda da energia eólica mostra atenção da autarquia a uma nova indústria de grande alcance para o futuro.
A Covilhã está assim a posicionar-se como um pólo de desenvolvimento nas tecnologias modernas e na competitividade de atracção para os tempos que aí vêm.


Data de publicação: 2008-04-15 00:00:00
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