Voltar à Página da edicao n. 436 de 2008-06-03
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Swap vai abrir a próxima bienal de arte

Docente da UBI na Bienal de Bari

É um dos três portugueses que dão forma ao Swap Project. Um trabalho que tem origem na mistura da computação gráfica com a dança contemporânea para traçar novas visões do corpo humano. Um trabalho de tal forma inédito que já percorreu algumas das principais cidades europeias e foi escolhido para a abertura da próxima bienal.

> Eduardo Alves

Uma luz clara aponta para o corpo do dançarino que se movimenta por entre o negro do palco. Ao mesmo tempo, milhões de ponto de luz projectados numa tela dão a noção da forma de um corpo mas com dimensões completamente diferentes. São vectores de luz que se partem de milhares de partículas e conferem ao espectador a possibilidade de conhecer uma noção completamente diferente do seu corpo.
Assim se traduz de uma forma muito simples o projecto SWAP que tem em Rudolfo Quintas, um jovem docente da UBI, um dos mentores. Esta nova forma de arte “pretende introduzir a forma da expansão radical da energia através do corpo”. Um trabalho que começou em 2005 e que foi esteve há bem pouco tempo na Bienal de Bari, uma mostra de tudo o que de melhor se faz no campo artístico, na Europa e também no Mediterrâneo.
O resultado acabou por ser seleccionado para representar Portugal nesta mostra, como um dos melhores trabalhos lusos e assim que foi exibido em terras transalpinas começou a fazer sensação. Segundo Rudolfo Quintas “os convites para mostrarmos o nosso trabalho em Itália surgiram logo para diferentes cidades como Roma, Milão e Bolonha”. Esta performance passou já por várias cidades como Barcelona, Istambul, Londres, Nova Iorque, entre outras. O espectáculo “reflecte um carácter de experimentação e uma atitude transdisciplinar”, diz o autor do trabalho.
O jovem docente da UBI diz que este “é um projecto que de raiz tem uma componente técnica que é o desenvolvimento do software, já por si, com uma componente de investigação bastante elevada que tem a ver com a parte da computação gráfica e computação sonora, tem a ver com um período em que começamos a desenvolver o nosso software de raiz. Como é o caso de integração de vectores de movimentação do corpo, isso fez com que tivéssemos uma plasticidade e uma forma completamente radical e diferente”. O software desenvolvido, especificamente para este tipo de aplicação, captura a silhueta do corpo e vectoriza a forma. No fundo “é transformar o espaço tridimensional do corpo numa imagem bidimensional constituída por uma série de arestas que são os limites do corpo e essas mais ou menos 200 arestas fazem com que informaticamente dentro do sistema possa haver a colisão entre as 12 mil partículas que estão na projecção do ecrã e o corpo real”. Desta forma, continua Rudolfo “o corpo funciona como um interface, como um teclado de um computador. Há um sistema de partículas que tem como objectivo trabalhar conceptualmente o espaço interior e exterior ao corpo e os limites da nossa percepção e de como a nossa própria energia afecta o espaço interior e exterior”.
Para o futuro, este licenciado em Artes Digitais, na Universidade Católica Portuguesa tem já alguns trabalhos em agenda. Ainda este mês, Quintas conta estrear a sua mais recente produção no pavilhão do Ciência Viva em Lisboa. “É um projecto que tem uma atitude performativa onde procurei ir buscar o ritual primitivo que está um pouco perdido com a tecnologia do início do século e que se vem perdendo até agora.
Interessei-me por repensar essa situação e desenvolvi o “burning sound” que é um projecto cheio de rituais e atitudes em que utilizo o fogo para queimar “metaforicamente” o som do computador e introduzir uma nova perspectiva na investigação do sound art”, descreve o docente da UBI. Para além deste trabalho, adianta que está também a começar um projecto de investigação “com o Avatar, um centro de pesquisa e investigação de arquitectura em Londres, onde se irá propor um novo modelo de arquitectura através das novas ferramentas e do multimedia”. Para além disso, Rudolfo Quintas manifesta ainda o desejo de “criar um grupo de trabalho aqui na UBI, uma ambição que vai no sentido de desenvolver projectos que possam surgir dos trabalhos desenvolvidos na instituição”, sublinha.


Swap vai abrir a próxima bienal de arte
Swap vai abrir a próxima bienal de arte


Data de publicação: 2008-06-03 00:07:01
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