Voltar à Página da edicao n. 453 de 2008-09-30
Jornal Online da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto
Director: João Canavilhas Director-adjunto: Anabela Gradim
      Edição: 453 de 2008-09-30   Estatuto Editorial   Equipa   O Urbi Errou   Contacto   Arquivo  
> <strong>Carlos Soares Milheiro</strong><br />

No País das Assimetrias

> Carlos Soares Milheiro

Os políticos «de todos os quadrantes» reconhecem as dificuldades do interior, logo devem dar expressão ao que dizem, só assim, seremos um país solidário e justo. Aliás, já alguém disse que a melhor maneira de ajudar o litoral é investir no interior…,
O papel do Estado não deve ser reduzido, antes pelo contrário, há que discriminar positivamente o interior do país; atacando com coragem o grave problema da desertificação.
Portugal, é um Estado altamente centralista, o país europeu que menos equitativamente redistribui os dinheiros públicos. Nenhum governo, se pode guiar apenas por critérios estatísticos, o encerramento massivo de serviços públicos, deveria estar sujeito a estudos de impacto social.
A desertificação das actividades humanas é alarmante no território nacional, fruto do abandono da agricultura, da falta de investimentos, de empregos, das escassas infra-estruturas. O interior não precisa de " caridadezinha ", exige que lhe dêem a oportunidade de sobreviver, e de se desenvolver em pé de igualdade de direitos com o resto do país.
Pela análise do  PIDACC, constata-se quebras dramáticas para o interior. O programa  PRACE  parece só ter a vertente orçamental de contenção de custos, como lógica para o Interior esquecido… A Lei das Finanças Locais, vai acentuar as assimetrias regionais. Imagine-se mais penalizadora para os municípios do interior e com menos habitantes.
O Mapa PIN de Portugal é, ele próprio, o espelho do Mapa da Desertificação, do Desequilíbrio e do Despovoamento, concentra os grandes investimentos no litoral, sendo pouco significativo o número dos que se irão implantar no interior de Portugal.
Esta política de abandono do interior, é uma política cega, obcecada por meros critérios quantitativos.
O turismo cultural é e continuará a ser um vector a explorar, a gastronomia, os produtos endógenos, a cultura, o património arquitectónico e religioso, mas os investimentos escasseiam e são burocraticamente morosos.
O país não pode continuar a desperdiçar oportunidades… A “BEIRA INTERIOR”, arrisca-se a ser um imenso espaço desertificado.

* Título da responsabilidade da redacção


Data de publicação: 2008-09-30 00:00:00
Voltar à Página principal

2006 © Labcom - Laboratório de comunicação e conteúdos online, UBI - Universidade da Beira Interior