Voltar à Página da edicao n. 461 de 2008-11-18
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A UBI acolhe uma exposição da vida do cônsul português

UBI presta homenagem ao “Schindler” português

Aristides de Sousa Mendes, o cônsul português em França que ajudou centenas de pessoas a escaparem das garras do regime nazi é a figura central de uma homenagem que a UBI, o Jornal do Fundão e quatro das principais localidades da região prestam. Exposições, filmes, palestras e outros eventos evocam a memória deste herói nacional.

> Eduardo Alves

Corria o ano de 1940 e a cidade francesa de Bordéus via a sua população quadruplicar. Franceses, judeus, ciganos e outros, encontravam naquela localidade, o ponto final de uma fuga incessante às garras do nazismo. Contudo, os dias negros da máquina de Hitler ainda estavam para durar e as tropas alemãs invadiram a cidade vinícola.
Aristides de Sousa Mendes era, por essa altura, cônsul português naquelas paragens. A ele dirigiu-se um rabino judeu com a sua família e pediu-lhe um visto para entrar em Portugal. Sousa Mendes fez o pedido ao ministro português, mas o regime salazarista não queria ir contra a Alemanha Nazi e proibiu os documentos.
Começa aqui a história do “Cônsul Proscrito” ou do “Schindler Português”. Isto porque, Aristides de Sousa Mendes, desobedecendo às ordens de Salazar passou tantos vistos quanto pode, permitindo assim a que milhares de pessoas conseguissem escapar para Espanha e Portugal, fugir da França ocupada.
Homenagear estes herói nacional é o principal objectivo da quinzena cultural que a UBI está a promover em parceria com o Jornal do Fundão, as câmaras municipais de Belmonte, de Castelo Branco, da Covilhã e do Fundão e do Governo Civil de Castelo Branco. Uma mostra sobre a vida e as façanhas do cônsul português está agora patente ao público na galeria de exposições temporárias do Museu de Lanifícios.
Esta exposição veio para Portugal através do Comité Nacional de Homenagem a Aristides de Sousa Mendes. Manuel Vaz Dias, presidente deste organismo, explicou toda a constituição da mostra. Emigrante em França há mais de quatro décadas, este covilhanense explicou “o papel relevante desempenhado por este herói na salvação de inúmeras vidas humanas”. Segundo o presidente do comité “Aristides de Sousa Mendes desobedeceu a Salazar para cumprir o seu dever de português, para ajudar os outros”.
Também Fernando Paulouro, director do Jornal do Fundão falou sobre esta “figura de coragem, sobre este herói do nosso tempo”. Manuel José dos Santos Silva, reitor da UBI, também presente na inauguração desta mostra, aproveitou a ocasião para lembrar que “esta é uma exposição muito especial”. Até porque, “trata-se de mostrar a capacidade cívica de um português, trata-se de mostrar a história aos alunos da instituição, que aqui não aprendem apenas conceitos teóricos”.
A mostra é composta por 14 painéis, divididos em seis fases que representam as origens, os relatos de Bordéus, o dever da consciência, a invasão de França pelos nazis e muitas outras façanhas do cônsul.


A UBI acolhe uma exposição da vida do cônsul português
A UBI acolhe uma exposição da vida do cônsul português


Data de publicação: 2008-11-18 00:00:01
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