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Os turistas ainda passam ao lado das regras de segurança

Mesmo com neve, turistas insistem para subir à Torre

A neve dos últimos tempos tem atraído mais turistas à Serra. Só que, segundo a GNR, muitos deles ignoram as regras de segurança e insistem na subida à Torre. Apesar disto, trabalho feito pelo Centro de Limpeza é elogiado.

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O responsável pelo Grupo de Montanha da GNR considera que “há uma pressão muito grande para ter a estrada aberta para a Torre, na Serra da Estrela”, por vezes “injusta” face às condições adversas.
Segundo dados do Centro de Limpeza de Neve, adiantados à Agência Lusa na passada semana, desde Janeiro houve 59 dias em que a neve caiu e o trânsito esteve cortado 18 dias.
O sargento Carlos Fernandes garante à Lusa que quando a via não está aberta, “é porque de facto não há condições de segurança”. A abertura e fecho da estrada são decididos em conjunto pela GNR e Centro de Limpeza de Neve. De uma forma geral, e sobretudo junto da opinião pública, “há uma pressão muito grande para ter a estrada aberta, que recai sobre a GNR e o Centro de Limpeza de Neve”. “É uma pressão muitas vezes injusta, devido às condições adversas que não permitem por ali passar. E estamos a falar de profissionais [do Centro de Limpeza de Neve] que circulam de madrugada sob condições que ninguém imagina, para terem a estrada aberta às 8 horas”. “Muitas vezes, uma hora depois, é preciso voltar a fechar”, sublinha, habituado a ouvir as queixas de quem visita a montanha. “Quando não podem chegar à Torre, descarregam na GNR e no Centro de Limpeza de Neve. Dizem que fizeram muitos quilómetros para agora não chegar lá. Mas quando é assim, geralmente até há outros sítios para brincar na neve. Não é preciso subir à Torre”, realça.
Segundo Carlos Fernandes, o desrespeito generalizado dos condutores pelas normas de segurança na Serra da Estrela é ainda um dos principais factores de risco na zona quando há condições adversas. “Nota-se uma melhoria nos comportamentos, mas pouco. Mesmo que seja colocada a sinalização de uso obrigatório de correntes de neves, passados 10 minutos temos que ir salvar 100 ou 200 carros a patinar no gelo”, exemplifica. “Dizem-nos que não têm correntes e que não viram o sinal. Noutro país seriam multados. Mas nós não temos efectivo para multar e tentamos ajudar as pessoas, que descuram completamente a segurança”.
Entre as situações mais bizarras que já enfrentou, Carlos Fernandes cita o caso de “turistas que andam na Torre a procurar postos de combustíveis”, que só existem nas povoações no sopé da Serra. Outros “aceleram em cima da neve. Depois, ficam encravados”, ou outros ainda que “se assustam com as más condições e se recusam a conduzir, deixando as viaturas no meio da estrada”. Aquele responsável acredita que o cenário é agravado pelas condições específicas da Serra. “Este é um caso único na Europa em que há uma estrada aberta ao trânsito até ao topo da montanha, acima da estância de Inverno. Ainda por cima, um sítio de que as pessoas fazem um ‘santuário’”, acrescenta.
O Grupo de Montanha inclui 15 militares da GNR, reforçado em épocas festivas, como a actual, com outros 15 do Grupo de Intervenção de Protecção e Socorro (GIPS) da GNR. A estes juntam-se outros elementos da protecção civil, nomeadamente, dos bombeiros, estacionados na Torre.


Os turistas ainda passam ao lado das regras de segurança
Os turistas ainda passam ao lado das regras de segurança


Data de publicação: 2009-01-06 00:00:00
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