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"Nunca fiz nada a pensar que a minha condição física me condicionaria"

Rafael Mangana em quarta, 12 de outubro de 2016

Apesar da vida lhe ter pregado uma partida e de se encontrar numa cadeira de rodas desde os treze anos, nunca perdeu a ambição e o espírito empreendedor. Depois de ter tirado o curso de Engenharia Informática na UBI, foi a pensar nos outros, fazendo o que gosta, que Luís de Matos se destacou e continua a destacar. Fundou uma empresa ligada às novas tecnologias e desenvolveu um produto inovador, que promete mudar a vida de pessoas com mobilidade reduzida.

Luís de Matos
Luís de Matos

Urbi et Orbi: Porquê Engenharia Informática e porquê na Covilhã?

Luís de Matos: Engenharia Informática surgiu como um recurso devido à impossibilidade, pensava eu, de uma pessoa nas minhas condições tirar Medicina. Dentro desta limitação, tive de pensar em algo que pudesse aliar, em termos de formação, à Medicina, e foi aí que surgiu Engenharia Informática. Era um curso onde poderia perfeitamente desenvolver produtos que pudessem ser aplicados na área da Medicina e desta forma ajudar as pessoas. A UBI surgiu naturalmente. Sou natural de uma vila do concelho da Covilhã e não queria sair de casa, como tal foi uma escolha fácil.

 

U@O: Como tem sido o percurso profissional desde que saiu da UBI?

LM: Desde que saí da UBI tem sido alucinante. Fundei a Follow Inspiration e desde esse dia tenho-me dedicado à sua construção e ao desenvolvimento do seu principal produto, o wiiGO, um carro de compras autónomo. Para que tudo isto fosse possível, foram necessárias duas rondas de investimento, muitas viagens pelo mundo em busca de clientes e muitos testes reais com o produto. Têm sido cinco anos muito intensos.

 

U@O: Tem-se mostrado um profissional dinâmico e empreendedor. Onde é que a UBI entra neste processo?

LM: A UBI e toda a formação pessoal e profissional que me deu foram fundamentais. Na fase inicial da criação da empresa e do projeto foi fundamental a UBI ter-nos disponibilizado uma sala para que pudéssemos trabalhar fora do ambiente académico, mas ao mesmo tempo próximo dos professores e alunos, que nos foram ajudando como podiam. Foi fundamental nunca nos terem dito “não” quando mais precisámos. E ainda hoje, sempre que precisamos de algo da UBI, ouvimos um “sim”. Continuamos a ser uma spin-off da UBI.

 

U@O: Ao longo do percurso, a sua condição física alguma vez o condicionou ou, pelo contrário, serviu para querer provar que isso não era impedimento e que conseguia vingar na área?

LM: Nunca fiz nada a pensar que a minha condição física me condicionaria. Pelo contrário, foi uma vantagem. Foi graças a ela que o wiiGO nasceu e é graças a ela que posso dizer que o wiiGO é necessário. Falo sempre com conhecimento de causa. Óbvio que não é fácil, infelizmente não estamos num país acessível e isso limita-me de certa forma, mas nunca deixei de fazer nada por causa de ser como sou. Felizmente sempre tive pessoas a meu lado que me ajudaram.

 

U@O: Para além do wiiGO, já há novos projetos em vista?

LM: Há, claro. Desenvolver um produto ou uma empresa é um desafio constante. Para além disso, há desafios pessoais que também são para desenvolver e concretizar. Novos produtos e empresas surgirão em breve.

 

U@O: Que conselhos daria a um atual aluno de Engenharia Informática da UBI para vingar nesta área?

LM: Nunca pensar que a UBI e a Covilhã são inferiores a outras universidades ou cidades. Hoje em dia podem vingar em qualquer empresa e podem, inclusive, criar a sua. Basta que definam bem o que querem fazer com o curso. O curso tem imensas bases que nos permitem fazer tudo o que quisermos.

 

Perfil:

Nome:
Luís de Matos

Naturalidade:
Covilhã

Curso:
Engenharia Informática

Ano de Entrada na UBI:
2006

Livro preferido:
Jornais

Filme preferido:
“Intouchables” (“Amigos improváveis”)

Hobbies:
Ver séries, viajar, passear, ouvir música, ver filmes, ir ao teatro

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