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Ensino e Política Unidos Pelo Interior

Rita Liberato em quarta, 22 de mar?o de 2017

As Comissões Políticas Distritais da JSD (Juventude Social Democrata) da Guarda e Castelo Branco organizaram o primeiro Fórum de Ensino Superior que se realizou na Faculdade de Ciências Sociais e Humana da UBI, no dia 16 de Março.

Fórum Ensino Superior_Rita Liberato
Fórum Ensino Superior_Rita Liberato

O Fórum contou com a presença de António Fidalgo, reitor da UBI, e do presidente do Conselho Geral da instituição e ex-secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes. A moderação ficou a cargo de Mário Pereira, da JSD de Castelo Branco, e de Marco Saldanha, vogal da JSD da Guarda.

Os dois oradores trocaram ideias sobre o Ensino Superior em Portugal, e com principal foco no interior. António Fidalgo referiu que “o país está em crise demográfica, logo o Ensino Superior também tem de estar”, porque a ausência de jovens leva a que as candidaturas às universidades portuguesas sejam cada vez menores. Para combater este facto, o reitor da UBI apresentou uma proposta: “Precisamos da entrada de alunos estrangeiros, é necessário atrair alunos para o país.” Referiu que “é uma solução a ser posta em prática também na UBI. A instituição está a receber alunos vindos principalmente de Angola e do Brasil.

António Fidalgo sugeriu igualmente que “os alunos deviam fazer ‘Erasmus Internos’: deviam poder circular entre as Universidades para conhecerem várias realidades e para que assim o Interior pudesse ser visto de outra forma”. Ainda em relação ao Interior o reitor acrescentou que “é impossível juntar as três instituições da Beira Interior (Universidade da Beira Interior, Instituto Politécnico da Guarda, e de Castelo Branco), porque o poder político trava a sua junção e porque estas ganharam identidade própria.”

Para o ex-secretário de Estado do Ensino Superior, o encerramento dos politécnicos não é solução: “Os politécnicos têm de existir, pois é necessário que haja uma variedade de oferta para os alunos, pelo que fechá-los não é a solução. A resolução passa pela reorganização das instituições.” Frisou ainda que “é necessário investir nas instituições para que sejam melhores e cada vez mais procuradas”. Para terminar o seu discurso, acrescentou que “é necessário criar a moda de estudar no Interior”.

António Fidalgo referiu ainda que o país necessita de exportar ensino e passar a ser “um país de imigração de referência, porque temos das melhores infraestruturas. E se o país necessita de receber pessoas que seja através do Ensino Superior.” “O Interior é um bom exemplo disso. A nossa cidade, a Covilhã, a nossa Instituição, a UBI, é procurada porque aqui os alunos se sentem seguros, uma segurança que começa a faltar no Mundo.”

Os presidentes das Associações Académicas da Covilhã, Castelo Branco e Guarda também estiveram presentes. Carlos Federico, presidente da AAIPCB (Associação Académica do Instituto Politécnico de Castelo Branco), apresentou a sugestão de os Politécnicos passarem a ter o terceiro ciclo de estudos: “Os politécnicos deviam investir em doutoramentos e esses têm de ser adaptados ao ensino lá praticado, algo que seja uma junção entre a ciência e a prática”.

Nuno Pereira, presidente da AAG (Associação Académica da Guarda), disse que “é necessário dar-se apoio aos estudantes que venham estudar para o Interior, para que queiram ficar. O Interior tem de criar emprego para segurar quem cá vem parar”.

Para Raquel Bento, presidente da AAUBI (Associação Académica da Universidade da Beira Interior), o importante é a união das três associações: “Juntos somos, de certeza, mais fortes e é importante que cheguemos juntos ao ENDA (Encontro Nacional de Associações Académicas).” Alertou também para a ideia de que “as Universidades necessitam de ser financiadas pela qualidade que apresentam e não por fatores históricos”.

António Fidalgo e José Ferreira Gomes concordaram que este Fórum foi apenas início de uma longa caminhada: “É necessário que existam iniciativas como esta, pois o ensino necessita de ser discutido, principalmente com os mais interessados, os alunos.” Ficou assim em aberto a possibilidade de se realizar uma segunda edição do Fórum.

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