Poliana Simões em quarta, 19 de abril de 2017
A Covilhã recebeu, entre os dias 7 e 11 de Abril, o Encontro Nacional de Estudantes de Design (ENED). O evento, que este ano teve como temática o “Re-design”, foi organizado pelo Núcleo de Estudantes de Design Multimédia (DMUBI), com o apoio dos Núcleos de Design Industrial (NEDI) e Design de Moda (ModUBI) da Universidade da Beira Interior.
O ENED passou pelo Teatro Municipal da Covilhã
Durante cinco dias a Covilhã foi a cidade de todo o Design. A sexta edição do Encontro Nacional de Estudantes de Design (ENED) juntou alunos, entusiastas e profissionais da área para workshops, masterclasses, palestras e muita animação, um pouco por toda a cidade.
Vindos de todos os pontos do país, foram cerca de 150 os estudantes que participaram nesta edição na cidade neve. Para Rui Augusto, coordenador geral do evento, a realização do ENED surge da "vontade de mostrar ao resto do país o que se pode fazer aqui e mostrar a importância que esta cidade tem". Depois de ter passado por Coimbra, Porto, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra, o Encontro de Estudantes de Design chegou à Covilhã porque é também por aqui "que vai passar o futuro do design", garante Rui Augusto.
Nesta sexta edição do Encontro os organizadores apostaram na temática do "Re-design", com o objetivo de "criar um contributo para o país, não só para os estudantes que estiveram presentes, mas para o design que é feito no país", explica Rui Augusto. De acordo com o coordenador geral do evento, este tema ainda é pouco discutido nas diferentes áreas do design, e a sua escolha surgiu como uma oportunidade para debater o assunto.
O evento foi marcado pela realização de palestras, mais de vinte workshops e masterclasses, subdivididas pelas grandes áreas do design: design de produto, multimédia e moda, numa aliança entre teoria e prática. Todo o programa do evento foi delineado com o intuito de criar um complemento ao plano curricular dos estudantes das diferentes áreas ligadas ao design.
A organização procurou ainda que o programa do ENED não fosse apenas ao encontro das problemáticas relacionadas com cada área do design. Questões como o primeiro emprego, a divulgação e apresentação de novos produtos e criações, também tiveram espaço nesta edição do Encontro Nacional de Estudantes. As palestras "O design e a criação de negócios" e "Como nunca te candidatares a um atelier de design", bem como os workshops relacionados com fotografia e pós-produção, foram alguns dos que procuraram dotar os estudantes de conhecimentos que vão muito para além do design e da criação. Wilson Esperança, aluno de Design Industrial na Universidade da Beira Interior, realça a importância das formações promovidas no Encontro. "O evento ajuda-nos a perceber como é estar no mercado", salienta o estudante.
Apesar de contar com vários apoios, como o da Câmara Municipal da Covilhã, este evento foi realizado por estudantes e para os estudantes. Antigos alunos da Universidade da Beira Interior, como é o caso de Daniel Bacelar Pereira, também deram o seu contributo para a realização do ENED. O designer que em 2016 conquistou o segundo lugar no concurso internacional Michelin Challenge Design, foi responsável por um workshop de design automóvel.
Jorge Silva, criador do atelier de design de comunicação “Silvadesigners”, foi também um dos oradores que esteve presente nesta edição do Encontro Nacional de Estudantes de Design. O criativo falou do carácter empreendedor dos estudantes que realizaram o evento, uma vez que durante muitos anos estas iniciativas aconteciam apenas devido ao esforço dos professores ou das escolas. "O design tem atingido ultimamente um patamar de excelência fantástico em Portugal, fruto do esforço que tem sido feito sobretudo na educação", defendeu Jorge Silva.
O Encontro Nacional de Estudantes de Design não se fez apenas de palestras e workshops, houve desfiles, música e muito mais, mas a edição de 2017 deixou verdadeiramente a sua marca na Covilhã. Com a obra realizada por Regg Salgado (Tiago) no Miradouro das Portas do Sol, a cidade ganhou um novo marco cultural e mais uma memória, não apenas dos lanifícios, mas da passagem do ENED pela cidade.
