Ciclismo de mãos ...
Home Desporto
Ciclismo de mãos dadas com o turismo

João Botão dos Santos em quarta, 24 de maio de 2017

O pelotão internacional está de volta à Beira Interior para a segunda edição do Grande Prémio de Ciclismo Internacional Beira e Serra da Estrela e vai para a estrada de dois a quatro de junho. Três dias, um objetivo: promover o território.

Última etapa da primeira edição do Grande Prémio Beira e Serra da Estrela (foto: 1º GP Inter. Beiras e Serra da Estrela -Photo João Fonseca)
Última etapa da primeira edição do Grande Prémio Beira e Serra da Estrela (foto: 1º GP Inter. Beiras e Serra da Estrela -Photo João Fonseca)

Dezoito municípios, 17 equipas, dez delas internacionais, oito países representados e uma região com uma propensão natural para a festa do ciclismo. São estes os ingredientes para a segunda edição do Grande Prémio Internacional Beiras e Serra da Estrela, promovido pela Associação de Municípios Cova da Beira (AMCB). O auditório natural do Castelo de Belmonte foi o local escolhido para a apresentação desta, que é uma das três provas nacionais inscritas no calendário internacional do ciclismo de estrada.

Durante três dias os ciclistas irão percorrer 545 quilómetros, divididos em três etapas que juntarão a Beira Interior, numa associação clara entre a festa do desporto e a promoção da região Centro do País. Mais de 150 ciclistas irão percorrer as estradas da Beira Interior, uma região incontornavelmente ligada às lides desta modalidade.  

"Esta prova começa já a ser uma marca do calendário Internacional", começou por adiantar Carlos Pereira, o diretor da prova que não teve rodeios ao assumir a importância que este desporto em particular terá para a promoção do território da Beira Interior. Mas para além deste objetivo, o diretor do Grande Prémio de ciclismo espera que esta edição, à semelhança da última, se paute pela indecisão até aos últimos metros. "Espero que a prova seja motivante, cheia de adrenalina e ansiedade para descobrir o vencedor", confessou Carlos Pereira, recordando também que esta será a primeira vez que os ciclistas subirão mesmo e literalmente até ao alto da torre.

Esta prova de estrada tem a classe 2.1 no calendário Internacional de Ciclismo e Delmiro Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, fez questão de relembrar que, a nível nacional, apenas existem mais quatro provas com este nível. "Esta é uma região de excelência para o ciclismo", recordou, acrescentando que esta é uma oportunidade para aproveitar a festa que o desporto representa para os próprios interesses económicos da região. "Um dos objetivos é a promoção do território da Serra da Estrela", avançou, admitindo também que viu com "bons olhos" a consolidação de um projeto em crescendo: a marca da Serra da Estrela, que segundo o presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo está a fixar-se pelo mundo fora. Delmiro Pereira deu ainda a confirmação da presença na prova da equipa da Seleção nacional de sub-23.

O Turismo do Centro de Portugal não podia faltar à chamada e Pedro Machado considera existirem três razões para o apoio a esta prova. "Esta é uma modalidade que é das mais democráticas que existem a nível desportivo porque é aquela que verdadeiramente passa no rebate das portas das nossas aldeias e cidades", apontou, Pedro Machado, este primeiro motivo que acaba por ser uma razão histórica e até emocional. "Muitos como eu, desde miúdos, crescemos a ver passar as bicicletas bem perto da nossa porta", confessou. É preciso não esquecer que Portugal, além de hoje ser o terceiro maior exportador de bicicletas da Europa, é a terra de nomes como Joaquim Agostinho e Alves Barbosa. "A segunda razão tem muito a ver com a aptidão que este território, e em particular a Serra da Estrela, possui", adiantou, recordando que as imagens maís míticas que o público recorda desta modalidade acontecem no ponto mais alto de Portugal Continental. "Por fim, a última relação prende-se com a importância de uma cooperação e trabalho em rede que aqui hoje podemos assistir", confessou o presidente do Turismo do Centro de Portugal, concluindo que realizar uma prova desta importância requer meios financeiros, técnicos, mas acima de tudo uma boa relação entre as organizações e as instituições.

"O ciclismo é um fenómeno de mostra de popularidade e se queremos divulgar a nossa região vamos aproveitar esse poder do desporto", afirmou José Manuel Biscaia, presidente da Câmara Municipal de Manteigas e da AMCB, reforçando ainda que o turismo é um fenómeno de massas. "Quem não conhece, não ama", confessou, mostrando a importância do território promover um turismo desportivo, cultural, gastronómico e imaterial. "Temos cerca de 500 pessoas, entre atletas e organizadores, para este processo. O nosso propósito é divulgar. Entendemos que esta região, dita de baixa densidade, tem densidade máxima no nosso querer e vontade de que este seja um país por inteiro", adiantou, mostrando o desagrado por ver "um País que não o tem sido por inteiro".

O Grande Prémio Beiras e Serra da Estrela está dividido em três etapas. No primeiro dia, a dois de junho, os ciclistas irão percorrer a maior distância, 199 quilómetros, numa ligação entre Penamacor e Celorico da Beira. Na segunda etapa os ciclistas terão de pedalar 186 quilómetros entre Fornos de Algodres e Trancoso. A última etapa, apesar de ser a mais curta a nível de distância (161 km), será a mais dura e a ligação entre Belmonte, que no mesmo dia terá uma prova de atletismo e Manteigas ditará o novo vencedor deste Grande Prémio. Recorde-se que no último ano o mais regular da prova foi Joni Brandão, da equipa Efapel GlassDrive, tendo vencido a terceira e última etapa, carimbando a vitória na primeira edição. No próximo domingo vamos saber quem será, desta vez, o vencedor. 

GeoUrbi
GeoUrbi: Ciclismo de mãos dadas com o turismo