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Proatividade Ambiental nas Empresas é discutida na UBI

Carolina Baptista em quarta, 17 de outubro de 2018

A Proatividade Ambiental foi tema em foco na Faculdade das Ciências Sociais e Humanas, na Universidade da Beira Interior, na última quinta feira. A importância da consciencialização do mundo empresarial a favor do meio ambiente foi um dos elementos mais vincados na palestra.

Palestra sobre Proatividade Ambiental nas empresas
Palestra sobre Proatividade Ambiental nas empresas

A Faculdade das Ciências Socais e Humanas da Universidade da Beira Interior promoveu, no passado dia 11 de outubro, quinta-feira, uma palestra sobre “Proatividade Ambiental no Contexto Empresarial”.

A iniciativa contou com a presença dos alunos e docentes dos três cursos abrangidos pelo Departamento de Gestão e Economia - Economia, Gestão e Marketing. A palestra foi promovida no âmbito da disciplina de “Economia do Ambiente”, que pertence ao plano de estudos do Mestrado em Economia, e foi organizada pelas direcções da Licenciatura e do Mestrado daquela área.

António Manuel Cardoso Marques, diretor de curso do Mestrado em Economia, revelou que “também cabe aos economistas avaliar o impacto ambiental das medidas tomadas pelas empresas. O meio ambiente e a pegada ambiental no contexto empresarial são cada vez mais uma preocupação social, daí a importância de disciplinas como a de “Economia do Ambiente” e de palestras como a que hoje vai ser apresentada na nossa universidade.”

O professor da Universidade Estadual do Maranhão no Brasil, José Tavares Júnior, teve o papel de orador e foi também um dos impulsionadores deste evento. Segundo Pedro Cunha Neves, director de curso da Licenciatura em Economia, “a ideia desta palestra surgiu do próprio contacto que o professor José Tavares travou com o curso”.

“A Proatividade Ambiental nas empresas é um conceito inovador que diz respeito aos diferentes comportamentos das empresas em relação ao meio ambiente. Segundo o modelo criado pelo professor González-Benito, esses comportamentos podem ser reactivos (onde as empresas apenas se preocupam em atender os requisitos ambientais legais e não investem no que diz respeito a esta política) ou proactivos (onde para além de responderem aos requisitos legais impostos, as empresas procuram ultrapassá-los, investindo e apostando em práticas mais sustentáveis, e onde há um grande foco no meio e sociedade que a envolve)”. É desta forma que José Tavares explica o conceito de Proatividade Ambiental e quais as diferenças de comportamento das empresas relativamente a esta.

O professor defende que a preocupação ambiental é hoje “encarada como uma moda”, mas tal como todas as modas, “corre o risco de se tornar cíclica e desaparecer”. “A questão ambiental não pode ser só uma moda. As empresas têm realmente de acordar para as questões ambientais e é necessário que se crie uma consciencialização sobre as questões e políticas ambientais na sociedade actual”, defendeu.

A realidade no território brasileiro não é muito diferente da que se vê em Portugal. Apesar de algumas contrariedades, especialmente o ideal empresarial de somente investir no que oferece retorno financeiro, “as políticas proactivas estão a começar a aparecer”.

A Central Energética do Maranhão – CEMAR – foi o objeto de estudo de José Tavares, que a apresentou como um exemplo a seguir para as demais empresas. A CEMAR caracteriza-se por ser uma das primeiras empresas a agir de forma proactiva no contexto ambiental, o que segundo o ponto de vista do palestrante, pode desencadear um efeito conhecido na economia como Efeito Multiplicador. “Quando algo ou alguém realiza uma acção positiva, os seus pares podem imitar a sua iniciativa, o que neste caso, resultaria no crescente número de empresas com acções ambientais proactivas”.

Uma das conclusões do professor mencionava a necessidade de despertar a atenção, quer de empresas, quer do cidadão comum, para as questões ambientais, o que se pode tornar algo complicado com uma possível vitória de Jair Bolsonaro, conhecido pela sua indiferença e até descrença no que diz respeito às alterações climáticas e ao seu combate.

“A semelhança de Bolsonaro com Trump é inegável. O avanço da extrema-direita no Brasil vai ser péssimo para o ambiente. As políticas de Bolsonaro são elitistas, homofóbicas, sem qualquer interesse pelas minorias, etc. Torna-se complexo alertar um povo para qualquer tipo de questão, neste caso a ambiental, quando o seu próprio representante não acredita nesse ideal. As grandes empresas são importantes para um país, mas a agricultura familiar também, algo que Bolsonaro não defende. Quando o Brasil viveu a última grande crise dos camionistas, foi a agricultura familiar que abasteceu os supermercados. Isto é algo que a economia capitalista se recusa a aceitar porque não contribui de forma significativa para os seus cofres”, explicou.

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