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Estudantes da UBI criam respirador

Rafael Mangana em quarta, 8 de julho de 2020

O Salus resultou do trabalho de alunos das engenharias Aeronáutica e Eletromecânica, Ciências Farmacêuticas e Ciências da Comunicação. Lançaram ainda uma campanha de recolha de fundos para a construção e oferta do equipamento.

Renderização virtual do respirador
Renderização virtual do respirador

Um grupo de estudantes da Universidade da Beira Interior (UBI) desenvolveu um respirador, com características avaliadas positivamente por dois médicos, que pretende auxiliar doentes de COVID-19. O equipamento tem a designação de Salus e está concluído, tendo resultado do esforço conjunto e trabalho voluntário de alunos dos cursos engenharia aeronáutica, engenharia eletromecânica, ciências farmacêuticas e ciências da comunicação.

Participaram do projeto Lucas Barbosa (Engenharia Aeronáutica, Gestor/Desenvolvimento de projeto); Johann Tinoco (Ciências Farmacêuticas, responsável pelos requisitos de projeto); Felippe Silva (Engenharia Aeronáutica, Design); Kayque Suzana (Engenharia Eletromecânica, Eletrónica); e Fernanda Senra (Ciências da Comunicação).

O respirador tem a característica de ser compacto e de não necessitar de estruturas de apoio. É composto por materiais simples, robustos e de preços acessíveis, prevendo-se que tenha um custo de 320 euros. O Salus pode funcionar com a bateria de telefones móveis até quatro horas e tem uma capacidade de operação superior a quatro mil horas ininterruptas. Findo esse período é necessário apenas substituir o filtro.

O respirador é feito com materiais como policarbonato e válvulas de controlo de fluxo. Pode operar por mais de 4 mil horas ininterruptas, sendo que ao final dessas 4 mil horas é realizada a troca do filtro. Ao fim de 2 anos (aproximadamente 9 mil horas) é feita uma manutenção por calendário, onde é feita a limpeza dos componentes, que tem a duração de três horas. Caso haja necessidade de se substituir algum componente o tempo máximo é de manutenção é de cinco horas.

“É uma solução não apenas para os tempos que vivemos, mas também para zonas mais necessitadas. De fácil e intuitiva operação, o nosso respirador requer apenas que o operador tenha conhecimento do quadro clínico do paciente”, explicam os criadores do projeto.

Este grupo de estudantes da UBI lançou uma campanha online de recolha de fundos, com a meta de construir 500 destes respiradores. “Os fundos são para construção e doação de respiradores para zonas interiores da União Europeia, África e América Latina”, referem, na página da campanha, acrescentando que “os fundos destinam-se única e exclusivamente à construção do Salus”.

“O vírus está a voltar com força e a Covilhã e a região já começam a ter casos. Eu acabo por ganhar currículo, mas a maior realização é ver um projeto feito com tanta vontade e determinação ser utilizado”, esclarece Lucas Barbosa, principal dinamizador do projeto. “O Brasil pelas previsões atuais terá até o final deste mês de julho de 2020 perto de 100 mil mortos. Eu não quero que algo parecido aconteça connosco aqui em Portugal”, assegura.

Os próximos passos passam por “conseguir fundos, divulgação, produzir e doar” o respirador, explica Lucas Barbosa.

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