Diogo Parente em quarta, 18 de novembro de 2020
Com o mote de que a responsabilidade social é um dever de todo o cidadão, a Associação Académica da Universidade da Beira Interior (AAUBI) em união com a Associação de Jovens para a Ação Solidária (AJAS), criaram uma semana solidária para dar a conhecer algumas instituições da Covilhã a operar nesta área.
Conversa com Márcio Gomes (REFOOD) e Diogo Maia (AAUBI)
Durante os dias 9 e 13 de novembro, através de sessões de conversa e com transmissão em direto no Facebook e Youtube, foi possível conhecer o trabalho desenvolvido por aqueles que trabalham diariamente para ajudar os outros.
No dia 12 de novembro, pelas 21h00, a conversa foi com Márcio Gomes do Movimento Re-food. Trata-se de um movimento comunitário e 100% voluntário, que resgata diariamente comida excedentária para servir milhares de refeições a quem mais precisa. A Re-food teve início em 2011, em Lisboa. Só mais tarde, em 2015, foram realizadas as primeiras recolhas na cidade da Covilhã. “A ideia surge do facto de haver muito desperdício alimentar, tanto nos restaurantes como em padarias, pastelarias etc.”, explica Márcio Gomes, membro da equipa de gestão de voluntários. Márcio realça ainda que “esta ideia foi evoluindo e agora somos cerca de 7 mil voluntários a nível nacional, com 60 núcleos espalhados pelo país inteiro.”
O Movimento Re-food tem como objetivo mitigar a fome e, na Covilhã, conta com 40 parceiros diários, desde restaurantes, padarias, pastelarias, mercearias, super e hipermercados, que doam os seus excedentes alimentares para posteriormente serem entregues às famílias beneficiárias com carências alimentares. “Temos 59 beneficiários. O número vai variando dependendo do caso, pois há famílias que vão deixando de ter necessidade. Entregamos pelo menos 60 refeições diárias, evitando que os alimentos vão para o lixo.”, frisa Márcio Gomes.
Na Covilhã existem ao todo 170 voluntários, mas devido ao contexto pandémico apenas 90 se encontram ativos, pois os restantes 80 pertencem a grupos de risco. Com o surto do novo coronavírus, foram necessárias alterações no modo de trabalhar. Até aí, cada família tinha as suas caixas próprias onde levavam a comida, mas agora são os voluntários que fornecem as caixas e, quando entram no centro de operações, são devidamente desinfetadas e lavadas. Os voluntários funcionam em turnos alternados a cada semana, reduzindo o contacto entre eles.
“A Re-food sem voluntários, comunidade e parceiros não existe”. Márcio Gomes deixa o apelo: “qualquer um pode tropeçar na vida e que no futuro essa pessoa poderá precisar de ajuda”. Para quem se quiser tornar voluntário pode fazê-lo recorrendo à página do Facebook da Re-food, entrando em contacto com os responsáveis. Ou pelo website.
No segundo dia da Semana Solidária, dia 10 de novembro, teve lugar o Webinar com a associação CooLabora.
O terceiro dia da Semana Solidária foi marcado por um evento transmitido via Facebook e Youtube para dar a conhecer a associação Happy Wish.
A última sessão da Semana Solidária foi dinamizada pela AJAS.