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Missão a Marte com participação UBIana

Rafael Mangana em quarta, 24 de fevereiro de 2021

Florbela Costa é formada pela UBI em Engenharia Aeronáutica e esteve envolvida na preparação de motores do Ingenuity, o helicóptero da missão a Marte.

Equipamento aterrou dia 18 de fevereiro em Marte
Equipamento aterrou dia 18 de fevereiro em Marte

“Estávamos todos a cruzar os dedos para ter a certeza que ia correr tudo bem. A equipa estava toda numa reunião online a ver ao vivo a NASA a aterrar o rover e o helicóptero. Foi suster a respiração durante aqueles últimos minutos, foram momentos de extrema alegria para todos nós.” É desta forma que Florbela Costa descreve o momento em que o robô Perseverance e o pequeno helicóptero Ingenuity pisaram o solo de Marte na última quinta-feira, 18 de fevereiro.

Formada em Engenharia Aeronática pela Universidade da Beira Interior (UBI), Florbela Costa trabalha na empresa suíça Maxon Group e é a gestora técnica responsável pela preparação dos seis motores que controlam o ângulo de ataque das pás do rotor, ou seja, aquilo que vai movimentar e direcionar a aeronave, neste caso, o helicóptero que vai percorrer aquele planeta.

“Acho que ainda vou suster a minha respiração até ver o helicóptero dar o primeiro voo em Marte, só depois é que vou poder descansar”, confessa a ex-aluna da UBI. Aquele que é o primeiro dispositivo a ser enviado para outro planeta pela NASA deverá começar a sua missão a 19 de março e tem como objetivo conseguir resultados que possam servir de base a futuras explorações a Marte.

“A Maxon tem muita experiência em projetos para Marte”, sendo que neste momento existem mais de 100 motores da empresa naquele planeta. É este histórico que permitiu que Florbela Costa integrasse este projeto, até porque, assegura, “os motores funcionam como é suposto”. “Eu tive a oportunidade, quando comecei a trabalhar aqui em meados de 2017, de participar neste que foi o meu primeiro projeto na Maxon e é um projeto muito querido para mim. Não poderia ter começado melhor”, considera.

A atmosfera em Marte é muito menos densa, por isso o motor tem que ser muito pequeno, muito leve e muito resistente, porque na descolagem e aterragem há muitas vibrações e ele tem que resistir a todas essas forças que são exercidas. Por outro lado, no planeta Marte tem que aguentar temperaturas extremas sem comprometer o seu comportamento. Os motores foram, de resto, testados para suportar temperaturas entre os 120 graus Celcius negativos e os 50 positivos.

“Tivemos a equipa toda a trabalhar neste projeto e projetos destas dimensão temos que ter a certeza que não vão falhar, porque depois não é possível ir lá e substituir o motor. Nesse sentido, temos que fazer muitos testes - neste caso em concreto, fizemos testes de vibração, testes de choque, ciclos de temperatura, testes de humidade - para garantir que as condições extremas que os motores vão ter em Marte não os vão prejudicar e para ter a certeza que vão atuar quando pedido”, explica.

Florbela Costa foi aluna do Mestrado Integrado em Aeronáutica entre 2006 e 2011. Antes de chegar à Maxon passou pelo CEiiA – Centre of Engineering and Product Development.

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