«As negociações entre Homem e os restantes seres vivos estão a falhar, e sinal disso são os desastres naturais, as revoluções no norte de África e a crise económica de 2008». Esta é, pelo menos, a tese que David Santos defendeu na conferência “Quatro Mil Milhões de Anos de Ética – A Verdade Inconveniente”, que decorreu no dia 12 de Março no auditório 7.21 do Pólo IV.
Criticando e desmontando o pensamento milenar do antropocentrismo, o professor da Universidade da Beira Interior defendeu que todos os seres vivos são dotados de ética, e apresentou uma tese polémica: «Não somos obrigados a salvar o mundo da extinção por não existir um contrato ético que nos force a tal, mas se o quisermos fazer é necessário aceitar o carácter de igualdade que temos em comum com os outros sistemas vivos».
Questionado por um membro da audiência sobre a possibilidade de estar errado, David Santos assegurou que “não se importa”, e afirma que as suas teses evolucionistas são mais “poderosas” do que as religiosas.
Quatro Mil Milhões de Anos de Ética é a primeira de três partes de um livro que David Santos vai lançar em parceria com uma editora norte-americana, em finais de 2013. As restantes duas partes chamar-se-ão Quatro Mil Milhões de Anos de Política e Quatro Mil Milhões de Anos de Religião. Já o título principal da trilogia “vai ser uma surpresa”.