A ideia do PCP, apresentada no passado dia 21, era a de impedir a cobrança de portagens nas auto estradas da região que passaram a ser taxadas. Um pedido de apreciação parlamentar do Decreto-Lei n.º 111/2011, de 28 de Novembro, que "sujeita os lanços e sublanços das auto-estradas SCUT do Algarve, da Beira Interior, do Interior Norte e da Beira Litoral/Beira Alta ao regime de cobrança de taxas de portagem aos utilizadores", acabou por ser analisado no hemiciclo.
Segundo os membros da direção regional desta força política “no debate ficou claro que a decisão de introduzir portagens, na sequência do processo aberto pelo anterior governo PS, lesa gravemente os interesses socioeconómicos da região, o direito à mobilidade das populações e constitui do ponto de vista puramente económico uma irracionalidade”.
Os comunistas acabaram por solicitar a suspensão de portagens, mas tal objetivo acabou inviabilizado pelos votos da maioria. No entender da direção regional do PCP, tal posição “demonstra que ao invés da defesa da região, da coesão territorial e da justiça social se submetem às ordens da troika”. Uma posição também defendida pelo Bloco de Esquerda que votou ao lado dos comunistas.
Contudo, esta situação acabou por deixar algumas sequelas nas bancadas da maioria. Na bancada socialista seis deputados votaram contra as portagens, já no PSD muitos avançaram com declarações de voto. Fernando Serrasqueiro e Hortense Martins, deputados eleitos por Castelo Branco, votaram pela suspensão das portagens, tal como Pedro Alves, André Figueiredo, Rui Santos e Glória Araújo. No partido do Governo, nenhum dos deputados eleitos pelas regiões em questão votou a favor da suspensão.