Numa iniciativa inédita do Ministério
do Ambiente
Impacto Ambiental do
IP2
apresentado ao público na UBI
Proprietários e projectistas
das obras do IP2 estiveram na UBI para ouvir e esclarecer os
munícipes sobre o novo lanço, Teixoso-Alcaria,
a começar em 2001. A adesão "não foi
muito significativa", mas os responsáveis interpretaram
o facto como sinal da "aprovação geral"
do projecto.
Todas as dúvidas relativas ao Estudo
de Impacto Ambiental (EIA) do troço do IP2 Teixoso-Alcaria
puderam ser esclarecidas na última terça-feira.
O Instituto de Estudos Ambientais do Ministério do Ambiente
organizou um balcão de esclarecimento público na
Universidade da Beira Interior (UBI), onde reuniu representantes
da SCUTVIAS, empresa a quem foi concessionada a obra, da INTEXA,
projectista da estrada em conjunto com a COBA, e da IMPACT, responsável
pelo Estudo de Impacto Ambiental.
A equipa esteve reunida no Pólo I da UBI das 16 às
19h, onde recebeu todas as pessoas que tinham dúvidas
ou propostas a apresentar em relação ao projecto
do traçado. O lanço Teixoso-Alcaria, com uma extensão
de cerca de 19 quilómetros, atravessa as freguesias de
Caria, Teixoso, Peraboa, Ferro, Tortosendo e Alcaria, que correspondem
aos concelhos de Belmonte, Covilhã e Fundão.
Esta sessão de esclarecimento quis dar aos munícipes
das freguesias afectadas a oportunidade de esclarecer dúvidas,
colocar questões e particularizar os problemas colocados,
numa primeira fase de elaboração do projecto, pelas
Câmaras Municipais, relativos às acessibilidades.
A participação pública, inserida numa segunda
fase, pretende fazer com que o projecto se adapte o mais possível
às necessidades particulares de cada um.
Adesão pouco significativa
Um dos casos apresentados aos responsáveis
refere-se a uma quinta de Alcaria onde irá passar a estrada.
O proprietário foi pedir uma ligeira alteração
no percurso, para não afectar um furo de captação
de água que tem no terreno. De acordo com Isabel Rosmaninho,
da divisão de promoção pública do
Instituto de Estudos Ambientais, este exemplo ilustra o tipo
de problemas e sugestões apresentados na tarde de terça-feira.
A decisão de promover uma sessão de esclarecimento
para o público, com atendimento personalizado por parte
do dono da obra, foi uma iniciativa quase inédita do Ministério
do Ambiente, só repetida em 1998 relativamente à
Via do Infante, no Algarve.
"A adesão a esta iniciativa não foi muito
significativa", referiu Silva Rego, da SCUTVIAS. No entanto,
de acordo com este responsável "não haver
muita gente é sinónimo da aceitação
geral", afirmou convicto de que quem de facto tinha problemas
a colocar apareceu.
Parecer do Ministério do Ambiente
em Abril
A terceira fase na elaboração
do EIA decorreu também na UBI, na quarta-feira, onde os
mesmos responsáveis apresentaram o projecto às
mais diversas entidades, entre as quais algumas associações
ambientais.
De acordo com Artur Correia, da IMPACT, "todas as propostas
serão devidamente consideradas". No entanto, refere
que a escolha deste percurso está inserida numa "estratégia
ambiental considerada a mais adequada por técnicos e pelas
mais diversas entidades". O controlo ambiental que está
a ser feito abrange não só a fase de avaliação,
como a da execução e a da exploração,
"colocando a SCUTVIAS um passo à frente da legislação,
que só agora está a ser preparada neste sentido",
adianta ainda.
No final, o Instituto de Estudos Ambientais vai criar um relatório,
com base no qual o ministro do Ambiente, José Sócrates,
se pronunciará sobre a obra. O parecer do ministério
está previsto para o final de Abril.
Dentro de quatro anos: "180 quilómetros
em pleno"
De acordo com Silva Rego, os cerca de 180
quilómetros da scut Abrantes-Guarda estarão a funcionar
em pleno em 2004. Para a próxima quarta-feira, 8, está
já prevista a abertura do troço Abrantes-Mouriscas.
O representante da SCUTVIAS revelou ainda que, em Maio, terão
início as obras nos lanços Mourisca-Gardete, Benespera-Belmonte,
e Guarda-Benespera, cuja conclusão se prevê para
2002.
Para o próximo ano ficam o troço Alcaria-Teixoso,
agora em estudo, a duplicação do troço Gardete-Castelo-Branco,
e ainda a duplicação do túnel da Gardunha.
Catarina Moura |