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Bairro das Machedes, no Tortosendo
Recuperação começa este ano

Descobrir as características tradicionais do Bairro das Machedes é um dos principais objectivos do Gabinete Técnico Local do Tortosendo. A primeira etapa dos trabalhos está quase concluída. Os habitantes encaram o projecto com satisfação

Recuperar o Bairro das Machedes, no Tortosendo, é o objectivo do Gabinete Técnico Local, criado pela Câmara Municipal da Covilhã, com o apoio da Comissão de Coordenação da Região Centro. A funcionar desde Janeiro, os seus responsáveis fazem um balanço positivo dos dois meses de trabalho e asseguram que está tudo a correr "de vento em popa".
A recuperação do Bairro, que envolve cerca de 80 fogos, passa não só pela revitalização das suas características tradicionais, como também pela "oferta" de melhores condições de vida aos seus habitantes, nomeadamente na construção de novas redes de água, esgotos e gás.
O trabalho do Gabinete Técnico Local, no qual estão envolvidas sete pessoas - um arquitecto, um engenheiro civil, um topógrafo, dois desenhadores, uma assistente social e uma assistente administrativa - pode ser resumido em duas fases. Segundo explica o vereador com o pelouro da Habitação, João Esgalhado, a primeira etapa tem por objectivo proceder ao "levantamento do estado de conservação das construções. Analisar se são edifícios habitacionais, se têm comércio, fazer a caracterização social dos moradores, o levantamento das redes de infra-estruturas e a caracterização dos materiais e das fachadas das casas". A segunda fase diz respeito à "elaboração de projectos, definindo os princípios e regras de intervenção", continua o vereador.
O arquitecto responsável pela recuperação, Paulo Matos, adianta que os inquéritos sócio-económico, comercial e de opinião, referentes à primeira etapa, estão praticamente concluídos: "Apenas o inquérito arquitectónico está um pouco atrasado, dado tratar-se de uma análise muito detalhada de todos os edifícios do Bairro", adianta. No entanto, completa, algumas das regras já estão definidas, tais como algumas cores a serem utilizadas e a proibição de outras, ou a interdição à colocação de alumínios.
Dentro em breve, a população vai ser informada por escrito dos objectivos do projecto e, juntamente, vai receber um panfleto com as primeiras normas já estabelecidas.

Moradores satisfeitos, mas com dúvidas

Mais de um milhão e meio de contos, entre financiamentos públicos e privados, é a estimativa, feita pela autarquia, do montante a gastar em toda a recuperação do Bairro. Projecto que, como relembra João Esgalhado "leva anos a estar totalmente pronto", mas que o Gabinete, durante os seus dois anos de existência, conseguiu levar para a frente. "Adquiriu alguns dos imóveis que se encontram à venda e incentivou as pessoas a investirem nas suas propriedades", salienta.
Algumas propostas vão ser apresentadas, em Assembleia Municipal, já este mês, e há obras que podem começar ainda este ano. O projecto está integrado no Programa de Recuperação das Áreas Urbanas Degradadas (PRAUD) e a Câmara Municipal pondera a hipótese de recorrer à intervenção de financiamentos particulares.
Os moradores das Machedes têm conhecimento do Gabinete, mas ainda têm bastantes dúvidas no que respeita à sua concreta intervenção. Apesar da desconfiança, concordam com a recuperação do Bairro, que, como dizem, "faz muita falta, porque está tudo a cair", referindo-se ao elevado estado de degradação em que se encontram alguns edifícios. Mesmo assim, alguns, dizem que não pensam fazer obras de imediato, porque as fizeram há pouco tempo, mas prometem cumprir as regras em posteriores intervenções.
Sobre este aspecto, o arquitecto, Paulo Matos, salienta que há particulares interessados em proceder a obras nas suas habitações e acrescenta que os projectos vão ser elaborados gratuitamente pelo Gabinete. Factos que agradam ao presidente da Junta de Freguesia. Carlos Abreu, realça a importância desta intervenção no Bairro das Machedes: "É uma zona histórica que tem que ser preservada. Esta recuperação está pensada há muitos anos, por isso é muito positivo que possa agora ser concretizada".

Sónia Alves
NC / Urbi et Orbi






 
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