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Helder Brandão derrubado em falta na área. O árbitro fez "vista grossa"

 

 

 

 

 

 Melhor em campo
João Carlos e Adriano

Há quatro jogadores do Sporting da Covilhã que, no último domingo, marcaram a diferença no relvado do Santos Pinto: Fernandez, Rui Morais,João Carlos e Adriano.
Os dois últimos destacam-se, um pela entrega, pelos quilómetros corridos e pela força demonstrada (Adriano), o outro (João Carlos) pela multifuncionalidade demonstrada, ao desempenhar, durante praticamente toda a segunda parte, o papel de ponta-de-lança. À frente, fazendo uso da sua elevada estatura e da forte compleiçãofisica, o defesa ganhou bastantes bolas nas alturas, importunou e, sobretudo, marcou, de cabeça, o golo que poderia ter lançado a equipa para a recuperação.


II LIGA - Descida mais perto
É amanhã, ou nunca!

O Sporting da Covilhã está em espiral descendente, rumo ao último lugar da II Liga.

22ª JORNADA - SPORTING DA COVILHÃ / DESP. CHAVES 2-4
Estádio Municipal José Santos Pinto, 27-02-00
Árbitro: Paulo Baptista (Portalegre)
Auxiliares: André Cunha e Laurindo Cordeiro
4º Árbitro: Manuel Semedo
Sp. Covilhã: Augusto; Rui Morais, Piguita (Peixe, 20 m), João Carlos e Trindade (cap.); Adriano, Fernandez e Miguel Vaz (Marco Rocha, 81 m); Romeu (Pisco, 32 m), Vítor Firmino e Hélder Brandão
Treinador: António Jesus
Chaves: Carou; Alexandre (Gorka, 90 m), Simão, Marco e Kasongo; Nuno Mendes; Vinagre, Vítor Pereira (Barbosa, 76 m) e Ricardo Lopes (cap.); Naddah (João, 68 m) e Rui Lima
Treinador: Francisco Vital
Marcadores: Rui Lima (1, 43 e 80 m), Ricardo Lopes (48 m), João Carlos (78 m) e Hélder Brandão (90 m)
Disciplina: cartão amarelo a Kasongo (5 m), Fernandez (28 m), Ricardo Lopes (31 e 54 m), Naddah (42 m), Rui Morais (49 m), Vítor Firmino (50 e 52) e Hélder Brandão (69 m); cartão vermelho, por acumulação, a Vítor Firmino (52 m) e Ricardo Lopes (54 m)

"A pior fase, em 29 anos, da minha carreira desportiva". É assim que António Jesus define o momento delicado que o Sporting da Covilhã atravessa, quando faltam apenas 11 jogos para o final da temporada.
Com a derrota de domingo, 27 de Fevereiro, a turma serrana coloca-se numa posição extremamente favorável à descida de divisão. O treinador diz mesmo que, se no próximo encontro, em Santa Maria de Lamas, a equipa pontuar, ainda é possível sonhar. "Caso contrário, a despromoção, praticamente, um dado adquirido", completa. Com o Esposende a apenas dois pontos (15), o Moreirense com mais um (18) e a Naval a fugir da linha de água a grande velocidade (23), a análise não poderia ser mais correcta. Há, agora, 33 pontos em disputa, perder torna-se, assim, absolutamente proibido.

Jesus: "Não perco a motivação"

No final do encontro frente ao Desportivo de Chaves, a amargura, dentro e fora das quatro linhas, era notória. Muitos adeptos abandonaram o estádio ainda com o resultado em 3-0 e na hora de recolher às cabinas choveram criticas das bancadas.
"Existe de facto uma grande infelicidade da nossa parte, mas também é preciso dizer que é complicado para um treinador, que quer defender os seus jogadores, não ter muitos argumentos para o fazer", desabafa António Jesus. E completa: "Assumo toda e qualquer responsabilidade nesta situação, mas também tenho que dizer que esperava muito mais de dois ou três jogadores. Continuo a ter a minha consciência tranquila, porque vejo a minha equipa a querer andar para a frente. Mas sinto-me envergonhado, pelo muito respeito que tenho pelo presidente deste clube, pela direcção e pela massa associativa".
Jesus prefere não falar de nomes, no entanto, de uma coisa tem a certeza: "Não perco a motivação". Uma atitude que, diz, seria útil, não fosse só ele a adoptar. "Sou o grande responsável pelo que se está a passar porque, fui eu que escolhi os jogadores que queria. Se calhar há alguns que rendiam mais noutras circunstâncias classificativas, só que não posso admitir que não corram, ou que actuem de forma desinteressada. É uma falta de respeito, em particular, para com o presidente, que, até à custa de sacrifícios pessoais, tem garantido o pagamento de todos os ordenados", justifica. A situação de tranquilidade financeira, continua, deveria dar ânimo aos atletas.
E coloca a questão: "Porque é que têm sempre de ser os treinadores a ter a dignidade de colocarem os seus lugares em causa? Porque é que alguns jogadores não têm a dignidade de dizer que não se sentem bem neste clube, ou que não se dão com os ares da Serra, e chegam junto da direcção e pedem para sair?".

Letargia fatal

Uma pergunta plausível, depois do mau espectáculo na recepção ao Chaves. A equipa esteve intranquila, desconcentrada e sem velocidade. Sobretudo a meio campo, mas, também, a espaços, no sector mais recuado.
As excepções, como já é hábito, foram o capitão Trindade, Rui Morais, Fernandez, Miguel Vaz, João Carlos e, desta feita, Adriano. Fernandez foi o mais rematador e quase conseguia fazer renascer a esperança na recuperação, quando, no lance que se segue ao golo de João Carlos, envia a bola à trave de Carou. Estavam decorridos, nessa altura, 80 minutos e o Covilhã parecia acordar de uma letargia que, até então, obrigara Augusto (de regresso à titularidade, devido a castigo de Luciano) a ir ao fundo das malhas por três vezes.
Ao falhanço responde o Chaves com mais um golo. Um autêntico "golpe de misericórdia", da autoria de Rui Lima. O jogador flaviense fez o terceiro da sua conta pessoal, depois de fintar quatro adversários, e "apagou" por completo o entusiasmo de um segundo golo dos homens da casa, que chega em cima dos 90. Eficácia total da parte da formação visitante que, em meia dúzia de jogadas de perigo, acaba por acertar quatro. Demérito absoluto para o onze serrano que, apesar da maior posse de bola e de um domínio territorial, não conseguiu, durante os 90 minutos, afastar o nervosismo de entrar a perder (o Chaves inaugurou o marcador no primeiro minuto).
Paulo Baptista, de Portalegre, efectuou trabalho regular, mas esteve mal ao não assinalar uma grande penalidade sobre Hélder Brandão, estavam decorridos 25 minutos da etapa complementar.

Sérgio Felizardo
NC / Urbi et Orbi






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