DECO avalia CP e Fertagus
A CP- Caminhos de Ferro de Portugal
foi avaliada negativamente por mais de 55% dos seus passageiros,
que consideram que a empresa não dá as devidas
informações sobre os atrasos dos comboios. A REFER
é responsabilizada pelo atraso na conclusão de
algumas obras de melhoramento das linhas ferroviárias,
condicionando a pontualidade dos serviços .
Os comboios Alfa e Intercidades foram avaliados positivamente,
assim como o recente serviço da Fertagus. Os piores são
mesmo os comboios regionais e interregionais.
O inquérito, realizado pela Associação
de Defesa do Consumidor (DECO), vai ser o principal artigo de
capa da revista Pro Teste de Março.
Para o estudo, feito nos meses de Outubro e Novembro de 1999,
foram inquiridos 9.465 habituais utilizadores de 235 comboios
da CP e da Fertagus, que no entanto se consideram globalmente
satisfeitos. Os parâmetros auscultados para o inquérito:
limpeza geral dos comboios, com referência especial para
os comboios suburbanos, estado de conservação,
climatização, informação sobre os
atrasos, frequência e pontualidade, foram avaliados negativamente
por 33,9% dos utentes da CP.
O serviço Alfa teve uma apreciação em todos
os indicadores muito superior à média, seguido
pelos comboios Intercidades. Sendo os comboios regionais e interregionais
aqueles que menos satisfazem os seus utilizadores.
A Fertagus presta uma oferta bastante satisfatória para
os inquiridos, tendo sido levantadas algumas críticas
em relação aos preços praticados e à
deficiente articulação com os autocarros Sulfertagus,
da mesma empresa.
O secretário- geral da Associação, Jorge
Morgado, refere as facilidades dadas pelas transportadoras ferroviárias,
na realização do estudo, como "a base para
o diálogo", o que poderá resultar numa consciência
de "parceiros sociais" para a resolução
dos problemas deste sector.
Jorge Morgado afirmou que "é urgente a criação
de legislação que defina penalizações"
aos infractores, reivindicando a extensão aos transportes
da lei dos serviços públicos. Refere ainda a necessidade
da actuação reguladora do Instituto Nacional de
Transporte Ferroviário (INTF), nomeadamente na auscultação
dos passageiros para definir os padrões de qualidade dos
serviços. |