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             Sobrevivência da banca
 
            em causa 
             
            António Abrunhosa, presidente da direcção
            da APT e secretário-geral da Internacional Tobacco Grows
            Association (ITGA) (ver caixa), também sediada na cidade
            albicastrense, é um dirigente muito atento ao desenrolar
            de todo o processo.  
            Sugere que o Governo português, antes de tomar qualquer
            decisão sobre esta matéria, estude bem as prováveis
            implicações do seu impacto. Ao rejeitar a diminuição
            das subvenções à produção
            de tabaco, António Abrunhosa argumenta que esta cultura
            é uma produção de características
            únicas. "Dá-se bem em solos pobres e arenosos.
            O tabaco tem, por esta razão, problemas de alternativas
            mesmo sob o ponto de vista agronómico", defende.
            O presidente da APT partilha da opinião de Francisco Baptista,
            ao concluir que a diminuição das ajudas comunitárias
            prejudica a amortização dos investimentos feitos
            pelos produtores. Segundo crê, apenas na Beira Interior
            investiram-se mais de cinco milhões de contos. "As
            Caixas de Crédito de Idanha, de Castelo Branco e do Fundão
            fizeram uma carta ao ministro a dizerem que, neste momento, têm
            dois milhões de contos de dividas de agricultores de tabaco
            que esperam que sejam amortizadas com a produção",
            revela, para explicar que a sobrevivência das três
            instituições também está em causa.
 
            A política de reter a percentagem dos subsídios,
            segundo António Abrunhosa, não deve ser definida
            da mesma forma a todas as espécies agrícolas. Porque,
            acrescenta, as ajudas à produção de tabaco
            são imediatamente absorvidas pelos elevados custos de
            produção. Os 112 produtores que integram a APT,
            empregam, conforme cada ano, três mil a mais de quatro
            mil pessoas. Em 1999, chegou-se a pagar sete contos por dia,
            a cada trabalhador, durante a apanha do tabaco. "O que já
            põe a cultura no limite da sua rentabilidade", assegura
            aquele dirigente.  
            A APT enviou, entretanto, uma carta ao ministro da Agricultura
            a explicar os motivos de preocupação dos produtores.
            Recentemente, Capoulas Santos num encontro que manteve em Alcongosta
            com alguns agricultores, afirmou que esta conjuntura vai ser
            tomada em consideração quando for divulgada uma
            decisão definitiva. Mesmo assim, o presidente da APT conclui:
            "Para o concelho de Idanha se o tabaco amanhã acabar
            é uma catástrofe económica e social".
             
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