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Opinião       



 

 
José Geraldes
 

Faculdade das Ciências da Saúde:
certeza e desafio

A Faculdade de Ciências da Saúde da UBI dispõe agora dos meios necessários para arrancar em pleno (ver Centrais). Tomada a decisão política de criar na Covilhã a nova Faculdade, impunha-se um Contrato de Desenvolvimento. Assinado o Contrato, o caminho está aberto para a sua instalação e abertura no ano lectivo 2001-2002.
Deve esclarecer-se que a nova Faculdade não entra na designação tradicional de mais uma Faculdade de Medicina. O facto de se chamar oficialmente Faculdade de Ciências da Saúde implica uma nova visão do ensino mais abrangente e inovadora. Lê-se no Contrato: "A Faculdade de Ciências da Saúde é uma unidade orgânica da Universidade da Beira Interior criada para assegurar o ensino, a investigação e outros serviços especializados no âmbito das Ciências da Saúde e dos domínios afins, em articulação com as restantes estruturas da Universidade". Ou seja, para além da licenciatura em medicina, a nova Faculdade vai poder "ministrar outros cursos de ensino superior universitário na área da saúde". Para o efeito, este ensino far-se-á "no quadro de uma rede de centros de saúde de hospitais que terá como hospital nuclear o Hospital da Cova da Beira e que integrará as restantes unidades dos distritos de Castelo Branco e Guarda." No caso concreto, os Hospitais de Castelo Branco e Guarda e a articulação institucional das escolas superiores de enfermagem da Guarda e Castelo Branco. Isto com o objectivo da "plena coordenação da formação no domínio da Saúde na Beira Interior".
Os quatro milhões de contos postos à disposição da UBI destinam-se à execução das 16 cláusulas que integram o Contrato de Desenvolvimento e cujo "termo final é fixado no dia 31 de Dezembro do ano em que conclua o primeiro curso de licenciatura em Medicina", conforme dispõe a cláusula segunda.
É importante anotar que o Contrato enfatiza a "promoção de investigação científica de elevada qualidade". E igualmente "uma liderança técnica e científica de qualidade e empenho incontestáveis, com plena disponibilidade e continuidade". O recrutamento de doentes e clínicos portugueses ou estrangeiros obedece também a padrões de alto nível.
Um outro ponto a destacar diz respeito à criação de um "conselho externo de natureza consultiva" com poder de intervenção na "orientação estratégica", linhas gerais de recrutamento de recursos humanos e "no acompanhamento do funcionamento da instituição".
O clausulado prevê ainda as vagas (60 alunos no início) e depois 100 quando houver instalações definitivas. A pós-graduação e a formação contínua são objecto de uma cláusula própria, o que valoriza esta área da saúde. E que é pertinente em ordem à actualização dos conhecimentos nos tempos actuais.
O Contrato de Desenvolvimento pode classificar-se como um guia para a nova Faculdade e a própria consolidação da UBI. Isto não significa que todas as dificuldades estejam aplanadas. O Reitor Santos Silva, no seu discurso, mostra-se consciente do facto. Mas "o número significativo de candidatos doutorados" que responderam aos anúncios em revistas de especialidade permite sermos todos optimistas. E, como ensina a experiência, não há grandes obras sem acidentes de percurso. A tarefa torna-se assim mais estimulante.
As condições convergem para o final das "guerras surdas". A Ordem dos Médicos está disponível para dar a sua colaboração. E já não há lugar para os "Velhos do Restelo". E a hora é de congregação de esforços para que a Faculdade de Ciências da Saúde seja percursora no ensino da saúde em Portugal.
Santos Silva é explícito: "Até Outubro de 2001 todas as condições têm que estar criadas para o efeito. O tempo urge". Mãos à obra, pois.
A Covilhã, a Beira Interior, o País só têm a ganhar com este projecto que se chama Faculdade das Ciências da Saúde da UBI.

NC / Urbi et Orbi

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