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Carta ao primeiro-ministro
Autarcas pedem
paragem do INTERCIDADES

Fornos de Algodres exige que a mais rápida ligação ferroviária entre Guarda e Lisboa pare na localidade. Guterres já foi chamado a intervir

As câmaras de Fornos de Algodres, distrito da Guarda, e Penalva do Castelo e Sernancelhe, distrito de Viseu, pedem a intervenção de António Guterres para que o comboio INTERCIDADES, que liga a Guarda a Lisboa, efectue paragem em Fornos.
A posição consta de uma carta enviada ao primeiro-ministro e divulgada pela agência Lusa, na qual os autarcas exigem que aquela localidade "venha a ser tratada com respeito e justiça pelo Conselho de Gerência dos Caminhos de Ferro Portugueses". Recordam ainda que, segundo uma comunicação da CP datada de Março de 1999, a concessão de qualquer das paragens (Fornos de Algodres, Luso, Carregal do Sal, Gouveia e Vila Franca das Naves) é um factor de conflito na Linha da Beira Alta "pois o precedente será de imediato invocado".
Contudo, após reivindicações e corte da linha realizada por autarcas locais e populares em Vila Franca das Naves, concelho de Trancoso, a CP decidiu "a título experimental" que o INTERCIDADES pare nesta localidade a partir de 28 de Maio último. O facto mereceu o protesto de alguns autarcas, que agora recorrem ao chefe do Governo por considerarem ser contraditório o teor do ofício da CP e de "uma grande injustiça" para a população que é servida pela estação de Fornos de Algodres. No documento dirigido a Guterres, os autarcas dos municípios de Fornos de Algodres, Penalva do Castelo e Sernancelhe e também os das juntas de freguesia de Vila Franca da Serra (Gouveia), Vila Cova de Tavares (Mangualde) e Carrapichana (Celorico da Beira) pretendem que "seja feita justiça e que situações iguais mereçam tratamento igual".

Lei de paragem é rigorosa

A paragem do INTERCIDADES em Fornos é reivindicada há mais de um ano. O presidente da Câmara local, José Miranda, afirmou ao Conselho de Gerência da CP da altura que aquela gare serve também os concelhos de Aguiar da Beira, Penalva do Castelo e algumas freguesias de concelhos limítrofes.
Após noticias publicadas no inicio de Maio sobre a paragem do INTERCIDADES em Vila Franca das Naves, José Miranda manifestou à CP a sua "estranheza pelo facto de nada ser dito" ao seu município. O Conselho de Gerência da empresa respondeu, então, que este tipo de serviço foi criado com o objectivo de possibilitar a ligação a Lisboa das principais cidades do País. Isto em termos de percurso adequado às expectativas dos clientes, mas também em relação à competitividade face a outros modos de transporte. Por esta razão, acrescenta: "Para tal ser conseguido, a lei de paragem destes comboios terá de ser rigorosa, sob pena de se comprometerem os objectivos comerciais. Pelo que foram estudadas ligações às cidades e outras localidades que melhores perspectivas apresentavam quanto a fluxos de tráfego considerados importantes e, consequentemente, justificativos de um serviço de comboios rápidos".
Fornos de Algodres, no entender da empresa, não reúne as condições referidas, tendo registado em 1998 um movimento mensal de 1135 passageiros, entrados e saídos, com uma receita de 392 contos por mês. A que se junta o facto de a localidade ser servida por 10 comboios diários, dos quais quatro asseguram ligações directas de e para Lisboa. Número que a CP considera suficiente face à procura verificada.
O presidente da Câmara, em declarações à agência Lusa, considera que a explicação não satisfaz, nem corresponde às aspirações dos subscritores da carta enviada ao primeiro-ministro. O autarca reafirma, também, a disposição de continuar a reivindicar a paragem do INTERCIDADES, que define como um comboio que "em muito pode contribuir para a mobilidade das pessoas e para o desenvolvimento regional".

NC / Urbi et Orbi

 

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