Clique aqui para regressar à Primeira Página   Jornal On-line da UBI, da Covilhã, da Região e do Resto



 

Incêndios florestais
Faltam meios humanos nos Bombeiros
do Interior

POR SÓNIA ALVES*

No Verão, o combate às chamas não é tarefa fácil. Os "soldados da paz" queixam-se da falta de homens. Os meios materiais também não são os melhores

O Verão já começou e com ele chegam as preocupações das corporações de bombeiros. Os incêndios florestais são uma das "dores de cabeça". A intervenção neste tipo de fogos é de especial dificuldade. As matas não se encontram limpas e os caminhos são de difícil acesso. Dois problemas aos quais são acrescidos a falta de meios humanos e materiais. A Corporação dos Bombeiros Voluntários da Covilhã não foge à regra e depara-se com várias dificuldades.
Há cerca de duas semanas, o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, veio a público afirmar que um dos principais problemas do Interior é a "falta homens". O comandante dos Bombeiros da Covilhã, José Flávio, confirma: "De facto, o grande problema são os meios humanos". A Corporação covilhanense é composta por 100 elementos, mas José Flávio afirma que apenas pode "contar com 30 operacionais". O problema, explica-se pelo facto "da maior parte deles já ter alguma idade e não pode enfrentar determinadas situações".
A falta de "soldados da paz" só seria compensada pela criação de "Corpos Permanentes". Opinião partilhada quer por José Flávio, quer pelo responsável da Protecção Civil da autarquia covilhanense, João Esgalhado. Exigência reclamada pelas Corporações de todo o País aquando do 1º Encontro Nacional de Autarquias e Bombeiros.
José Flávio salienta que as falhas não se limitam aos meios humanos. Também existem problemas em termos materiais. A Corporação conta com duas viaturas urbanas, uma de salvamento e desencarceramento, quatro ambulâncias de emergência hospitalar, 15 viaturas de transporte de sinistrados, um auto-tanque e três viaturas de fogos florestais. O comandante afirma que o problema reside na "velhice" dos materiais.

Telemóveis contestados

As queimadas dos pastores continuam na origem de muitos dos incêndios florestais. Situação que é preciso inverter. João Esgalhado defende a promoção de campanhas de sensibilização. A entrega de telemóveis aos pastores do País não é vista com bons olhos quer pelo comandante Flávio, quer por João Esgalhado. Ambos salientam que os pastores são, muitas vezes, os "incendiários".
Os pastores do distrito de Castelo Branco ainda não começaram a receber os telefones. Mas, segundo apuramos junto do Ministério da Administração Interna, a distribuição deverá estar concluída nas próximas três semanas, em todo o País. No total, são mil aparelhos.

*NC / Urbi et Orbi

 

 [ PRIMEIRA PÁGINA ]