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Editorial        



 

 
António Fidalgo
 

Assumir a derrota

   

   Há quem não consiga ver directamente as coisas, mas que tenta encontar sempre razões escondidas de tudo o que acontece. Voltou a repetir-se este
fenómeno na derrota de futebol contra a França. Houve jogadores que viram
naquele penalty, causado por Abel Xavier no final do jogo, uma manobra de
bastidores, neste caso forças obscuras por detrás do fiscal de linha, para impedir Portugal de chegar à final. Mas a verdade é que Portugal perdeu o jogo, e ninguém pode afirmar que Portugal tenha jogado melhor que a França.
Pelo contrário. Há que saber assumir a derrota com fair play, como dizia no final do jogo o ministro José Sócrates. Portugal perdeu porque não marcou mais golos que a França durante a partida. É tudo e tudo o que vai além disto é delírio de quem procura em todos os acontecimentos sinais da conspiração geral contra Portugal.
Os portugueses sempre tiveram dificuldades em assumir derrotas. Arranjam sempre umas desculpas próprias e uma culpas alheias para o insucesso.
Trata-se obviamente de uma atitude errada. Só pode vir a ganhar quem souber assumir a derrota. E é isso que os portugueses têm de aprender. Assumir a derrota, sem mas nem meios mas, é meio caminho andado para a vitória futura.
De contrário será sempre o choradinho de quem olha para o passado, incapaz de enfrentar o futuro.
A determinação é algo que se cultiva na preparação, na execução e na finalização. Assumir claramente a derrota é uma excelente forma de determinação enquanto preparação para o que se segue. Aprendam isso os nossos jogadores e com eles todos os portugueses, para que ultrapassem a mentalidade de coitadinhos, que ainda perdura em Portugal.

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