Matrículas terminam sexta feira, 29
À espera dos novos alunos

POR RAQUEL FRAGATA

a passada quarta feira, 20 de Setembro, o Ministério da Educação divulgou a lista dos alunos colocados na primeira fase do concurso nacional de acesso ao Ensino Superior. Cerca de 52 mil e seiscentos candidatos puderam finalmente conhecer o resultado de doze anos de esforço e estudo. Agora já está tudo quase decidido. Depois das matrículas, os dados estão lançados.

Apesar do decréscimo dos alunos candidatos ao Ensino Superior registado a nível nacional desde 1996, este ano houve uma evolução positiva. No panorama nacional as vagas abertas nos 33 estabelecimentos, e quase 900 cursos do Ensino Superior Público subiram quatro por cento.
Em relação a 96 as vagas sobrantes da primeira fase praticamente duplicaram este ano, dado este que poderá ser reflexo das notas mínimas impostas por diversas universidades e politécnicos. No caso da UBI, das 1090 vagas a concurso apenas foram ocupadas 661. Sobram por preencher 429 lugares, que poderão vir a ser atribuídos durante a segunda fase de candidaturas, a decorrer durante o mês de Outubro.

Engenharias a 36 por cento
Comunicação e Artes a 100

A UBI, nesta primeira fase, preencheu apenas 60 por cento dos lugares abertos. Na área das Engenharias só 36 por cento foram utilizadas, nas Ciências Exactas, 58 por cento, nas Ciências Sociais e Humanas, 82 por cento.
No novo departamento de Comunicação e Artes ficam totalmente preenchidas as vagas abertas para as duas novas licenciaturas da UBI, Design Multimédia (14 valores) e Design Têxtil e do Vestuário (12.4). O curso de Ciências da Comunicação viu este ano a sua média de ingresso subir para os 13.9 valores.
Para Luís Carrilho, vice-reitor, este panorama é geral ao nível das engenharias, cursos que tiveram pouca adesão em todo o País: "A partir do momento em que os nossos níveis de exigência se mantiveram a partir dos 9,5 era natural que isto sucedesse", garante.
O curso de Engenharia do Papel não conseguiu colocar nenhum concorrente. Esta estranha situação verificou-se em outros dois cursos, nas Universidades dos Açores e de Aveiro. Em relação a Engenharia do Papel, Luís Carrilho defende que a licenciatura está desenquadrada da realidade empresarial e, por isso, as entidades empregadoras preferem formar elas próprias os profissionais especializados que contratam.
Um factor verificado a nível nacional e que se confirma na UBI é o generalizado abrandamento nos cursos de Economia e Gestão. Apesar de praticamente preenchidas as vagas, nestas duas licenciaturas, as notas dos últimos colocados situam-se na margem dos nove e meio por cento.
Ironicamente a média mínima mais alta de entrada na UBI é do curso que menos alunos tem, pelo menos para já. Catorze valores e três décimas para o único novo aluno de Engenharia Têxtil.
A nível nacional outro elemento relevante repete-se este ano: os estabelecimentos de Ensino Politécnico continuam a receber os alunos pior classificados. As matrículas começaram ontem, dia 25 de Setembro, e terminam na próxima sexta 29.