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             Jardim público e Jardim
            do Lago em discussão 
            Águas da Goldra
            dão "pulmão"  
            ao sul da cidade 
 
            POR CATARINA MOURA 
 
            No decorrer do próximo
            ano vai nascer um jardim no sul da Covilhã, entre o TCT,
            a Estação de Caminhos de Ferro e a Central de Camionagem.
            Cinco hectares verdes que dão um "pulmão"
            a uma zona onde a urbanização conquista terreno
            de dia para dia. Um projecto a que se alia o da despoluição
            da ribeira da Goldra, cujas águas são essenciais
            para o nascimento e manutenção do futuro Jardim
            do Lago. 
             
            Se tudo correr como previsto, no Verão de 2001 a Covilhã
            terá uma nova imagem de marca: o Jardim do Lago. O concurso
            público será lançado em Novembro, tendo
            como base de licitação 350 mil contos, que a autarquia
            vai buscar ao Programa Pólis. Também integrado
            neste programa está o projecto de despoluição
            da ribeira da Goldra. O concurso para a exploração
            da ribeira vai ser lançado nos próximos 15 dias,
            prevendo-se que as suas águas estejam de boa saúde
            também no próximo Verão. 
            O projecto do Jardim do Lago, encomendado em 1998 ao arquitecto
            Luís Cabral, foi apresentado ao público na quinta-feira,
            19, no Salão Nobre da Câmara Municipal da Covilhã.
            A criação deste jardim faz parte de "uma ideia
            global para a cidade", que abrange projectos como a recuperação
            do jardim público e do Largo de Infantaria 21 (situado
            junto à antiga biblioteca), o arruamento da zona histórica,
            a recuperação da antiga Casa dos Magistrados e
            da ex-sede dos Bombeiros Voluntários (futuro Arquivo Municipal),
            entre outros.  Trata-se de um investimento na qualidade de vida,
            que envolve mais de um milhão de contos. Para Carlos Pinto,
            a revitalização das zonas históricas é
            essencial ao progresso da cidade. "Embora conservando a
            nossa memória", afirma, "não podemos
            ser alheios à modernização. Estas zonas
            não são para degradar ou esquecer. Pelo contrário,
            são para melhorar e tornar mais atraentes". 
            O lago como tema central 
            Ao arquitecto Luís Cabral
            coube apresentar os projectos de que foi encarregue: a remodelação
            do Jardim público e o Jardim do Lago. Quanto ao primeiro,
            o objectivo é, por um lado, "melhorar o espaço
            existente em termos de equipamento, retirando os elementos menos
            atraentes e funcionais" e, por outro, "torná-lo
            mais apetecível para as camadas mais jovens". Para
            isso, Luís Cabral propõe aumentar substancialmente
            a área relvada do jardim, retirando os corredores alcatroados
            que agora lhe conhecemos. Estaobra financiada pelo Plano Operacional
            do Centro e pelo Terceiro Quadro Comunitário de Apoio
            (QCA), ascenderá aos 70 mil contos.  
            Relativamente ao Jardim do Lago, o propósito do arquitecto,
            que se rodeou de uma equipa constituída por António
            Pereira, J. Pelegrini e Joana Rosas, é "criar um
            jardim de grandes dimensões, restabelecendo uma leitura
            de toda a paisagem, que terá o lago como tema central".
            O lago, com cerca de 60 metros de comprimento, vai aproveitar
            a passagem no local da ribeira da Goldra, encanada há
            quase 50 anos. 
            Nos cinco hectares reservados ao jardim, a população
            poderá encontrar um restaurante, dois quiosques, um parque
            infantil e outro juvenil, um anfiteatro, um miradouro e um bar
            esplanada. Ligados ao lago surgem um espelho de água,
            uma cascata e uma passagem para barcos. 
            Para Luís Cabral, "um aspecto muito importante da
            concretização de um espaço público
            é conseguir juntar todas as idades em harmonia, partilhando
            momentos de lazer ao ar livre". 
            Este jardim quer-se um espaço dinâmico, que possa
            atrair as populações não só para
            passear e descansar mas também para assistir aos mais
            diversos espectáculos. Carlos Pinto considera mesmo a
            hipótese de mudar para o local a realização
            de alguns eventos. É o caso da Feira de S. Tiago, "que
            ali encontraria um espaço mais adequado". 
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