| Baptismo dos caloiros na UBIRitos de iniciação
 
  POR CARLA LOUREIRO
 
 A tradição
            repetiu-se na última Quarta-feira, dia 25 de Outubro,
            com o baptismo dos novos alunos da Universidade da Beira Interior
            (UBI). O primeiro degrau de um ritual de iniciação
            dos caloiros na vida académica. Um acontecimento que junta
            a maioria dos alunos da Universidade
 mais imagens >> Os caloiros estão todos sentados, bem comportados e calados,
            "porque é assim que deve ser", ouve-se. Com
            pinturas a rigor, roupas velhas e t-shirts todas iguais, vão
            ficando ansiosos. Têm uma ideia do que vão passar,
            mas nada de concreto. A atribuição dos nomes de
            baptismo está quase concluída . Em fila e de mãos
            dadas, fazem a primeira de muitas poses para a fotografia. Muitas
            mais virão. Há um horário a cumprir. "Toca
            a despachar, caloiros", alguém berra. O espírito
            da ocasião está bem presente, já que os
            caloiros fartam-se de cantar e berrar as músicas dos seus
            cursos. Lacaios, doutores e veteranos entram na cantoria e puxam
            pelas "finas" vozes dos "caloirinhos".
 Batalha campal Ao contrário dos anos
            anteriores, a "batalha campal" entre os caloiros não
            se realizou na Parada. O local escolhido foi o parque de estacionamento
            do bloco IX, por "apresentar melhores condições",
            esclarece o presidente adjunto da Associação Académica
            da Universidade da Beira Interior (AAUBI), José Miguel
            de Oliveira. "As varandas da Parada não apresentam
            segurança para tanta gente e a Associação
            não se quer responsabilizar por nada", afirma o vice-presidente
            da AAUBI, Carlos Ribeiro. Todos prontos, os caloiros começam a prestar provas da
            sua obediência. Deitados no chão, rebolam e rastejam,
            mediante as ordens dos mais velhos. Fazem "trinta por uma
            linha". Agraciam os presentes com grandes gargalhadas. O
            motivo do riso já se sabe: as figuras a que se submetem.
            Aparecem sacos com farinha e caixas de ovos, entre outras coisas.
            O Urbi consegue descobrir os ingredientes de uma "receita"
            preparada de propósito para a ocasião: paprica,
            iogurte de ananás da cantina, mostarda, ketchup, gelatina
            em pó, café em pó, óleo, azeite,
            vinagre e canela.
 De repente uma nuvem branca. A farinha voa solta. Caras brancas
            e cabelos empastados de ovos. O cheiro é nauseabundo.
            Ana Sofia Correia, caloira de Ciências da Comunicação,
            está suja e molhada, tal como todos os seus colegas. Treme
            de frio, mas o "amor à camisola" e o convívio
            são mais importantes, frisa a aluna de Barcelos. O aspecto
            das suas roupas não é o melhor. Os alunos mais
            velhos alertam os caloiros para não lavarem o cabelo com
            água quente, senão a farinha coze.
 Está na hora de ir para casa. "O mais difícil
            vai ser tirar as roupas e lavá-las", falam os caloiros
            entre si. Nas caras, apesar do "esterco", é
            visível a sensação de alívio. A certeza
            da missão cumprida é geral. Para o ano há
            mais.
 Os fotógrafos não param de tirar fotografias. Tudo
            para mais tarde recordar.
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