Investimento de 7,5 milhões de contos
Polis muda face da cidade

O relógio iniciou a contagem decrescente. Em 2004 a Guarda vai estar diferente e com mais qualidade de vida. Garantias dadas pelo ministro do Ambiente, José Sócrates.

 Por Céu Lourenço
*NC/Urbi et Orbi

Maria do Carmo Borges, autarca
da Guarda, e José Sócrates
deram início ao Polis

O programa comemorativo do 801º aniversário da cidade ficou marcado, entre outros aspectos, pela apresentação do Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental (POLIS) para a cidade. Coube ao ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, José Sócrates, inaugurar, na segunda-feira, 27 de Novembro, na rotunda de São Miguel, o relógio "countdown" que iniciou a contagem decrescente para a conclusão das obras.
A sessão oficial de lançamento do Polis-Guarda teve lugar no Auditório da Câmara Municipal, onde foi anunciado que até final de 2004 estará concluído um conjunto de obras apoiadas pelo Programa, que abrangem uma área de cerca de 176 hectares. Incluindo a zona envolvente do Rio Diz, o Centro Histórico da Cidade, a encosta norte e a zona onde se realizam os tradicionais mercados ao ar livre. A comitiva visitou a zona de intervenção e, na passagem pelo centro histórico, a Rua do Pina, uma das artérias já remodeladas e que vai servir de modelo para outras. De seguida, foi inaugurado o Posto de Informação nos Antigos Paços do Concelho, na Praça Velha.
A Guarda é a décima primeira cidade a avançar com o Programa de Requalificação Urbana e Valorização Ambiental. O principal objectivo é a melhoria da qualidade de vida nas cidades, através de intervenções nas vertentes urbanística e ambiental, "que melhorem a atractividade e competitividade dos pólos urbanos".

Valorização do Rio Diz

A área de maior expressão da intervenção assenta na valorização ambiental do Rio Diz. A criação do Parque Urbano vai unificar a cidade e estabelecer a ligação entre os seus núcleos mais recentes e o centro histórico. Está prevista, ainda, a constituição de percursos e pontes pedonais, ciclovias, zonas verdes e espaços destinados ao recreio, cultura e lazer. Na envolvente física do Parque Urbano, o Polis prevê a requalificação da Avenida da Estação e a constituição de parques de estacionamento.
Na zona histórica está prevista a requalificação do espaço público, nomeadamente a renovação de algumas infraestruturas, como sejam pavimentações, implantação de mobiliário urbano e iluminação na Rua do Comércio, Praça Luis de Camões e envolvente da Sé Catedral. No que diz respeito à reestruturação viária do centro histórico, está projectada uma passagem inferior, através de um túnel, entre a Rua 31 de Janeiro e o Largo da Misericórdia, que permite eliminar o trânsito automóvel à superfície. Assim, será possível criar uma ampla Praça pedonal na envolvente da Sé e na Praça Luis de Camões. Está, igualmente, prevista a requalificação paisagística da encosta norte da Guarda e da zona norte da feira, bem como a requalificação urbanística e valorização ambiental da zona do antigo Torreão. Aqui, a intervenção consiste na demolição do Quartel dos Bombeiros e restruturação viária da Avenida dos Bombeiros, com o seu desnivelamento, e do aproveitamento do espaço à superfície para criação de um contíguo verde pedonal, com um miradouro. A estas e outras acções previstas no Programa Polis para a cidade da Guarda corresponde um investimento global de cerca de 7,5 milhões de contos.

Urbes vivem dramas ambientais

A presidente da Câmara, Maria do Carmo Borges, referiu-se à data como "um dia grande" pois, para além de se comemorarem os 801 anos, foi lançado o Programa que lhe "trará grandes benefícios" e que, como a própria afirmou, a "Guarda ganhou por direito". A autarca admite que no passado se cometeram alguns erros em termos de urbanismo, que é agora necessário corrigir. Isto representa "um desafio a cumprir num curto espaço de tempo que mudará o aspecto da cidade, a tornará mais formosa e com maior qualidade de vida para a população".
José Sócrates, por seu turno, explica que o Polis resulta de uma política há muito reclamada pelos cidadãos que vivem nas cidades, que pretendem melhor qualidade de vida. Por outro lado, verifica-se que é das cidades que se alimenta o tecido económico do País. Para o ministro, "o sucesso económico de Portugal depende muito das suas urbes e a requalificação da vida urbana pode contribuir, em muito, para essa situação".
O membro do Governo considera: "As cidades vivem hoje os maiores dramas ambientais, uma vez que é aqui que se encontram situações de declínio das condições de vida, que exigem uma resposta política mais urgente. Os pontos de crise ambiental afectam as pessoas e põem em causa uma vivência que, no passado, foi de grande qualidade e permitiu abrir novos horizontes. No entanto, hoje em dia, o declínio do viver urbano é acentuado".

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